A depressão infantil é frequentemente negligenciada pelo facto de se manifestar através de comportamentos pouco ajustados, e aos quais lhes são muitas vezes atribuídos outros significados. Habitualmente as crianças são até conotadas como “birrentas” ou “mal educadas”, e exigem demasiada atenção. O problema é quando aquelas “birras” não são apenas “birras” e a criança está realmente a sofrer, mas não sabe como comunicá-lo.
Na generalidade dos casos, e contrariamente à maior parte dos adultos, as crianças em vez de verbalizarem os seus sentimentos, pois muitas das vezes ainda não têm maturidade suficiente para se expressarem através de palavras, as crianças fazem-no através de birras ou outros comportamentos externalizantes.
É importante ter em consideração que, embora a depressão na população infantil seja diagnosticada segundo os mesmos critérios que o adulto, fazem-se algumas ressalvas, particularmente no que diz respeito à alteração do humor. Assim, tal como referido anteriormente, as crianças tendem a manifestar as suas dificuldades emocionais através da irritabilidade e frustração.
Em quadros de depressão infantil, para além das alterações de humor, é comum, surgirem alterações ao nível do sono, surgindo frequentemente pesadelos, queixas somáticas exageradas (dores de barriga e dores de cabeça), menor motivação e cooperação na execução de tarefas (que anteriormente a criança desenvolvia com satisfação), olhar mais vazio e maior isolamento social.
Não são apenas os graúdos que desenvolvem quadros depressivos, pelo que é fundamental estar atento a estes sinais nos mais pequenotes. Procure conversar um pouco todos os dias com o se filho acerca das suas emoções e sentimentos.
Autora: Cecília Santos