No dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde alertam para este grave problema de saúde pública, responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo.
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (2014), o Brasil é o 4° país com maior crescimento de casos de suicídio na América Latina, com um aumento de 10,4% na última década, e sendo o líder, em números absolutos, destes casos.
Entre os fatores de risco associados com o suicídio estão: transtornos mentais, como depressão, bipolaridade, esquizofrenia; situações como isolamento ou vulnerabilidade social, desemprego, migrantes; questões psicológicas, como perdas recentes, problemas na dinâmica familiar; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica e câncer. Por outro lado, o uso de drogas, principalmente cocaína e álcool, aumenta a impulsividade e, com isso, o risco de suicídio.
Como você pode ver, este escopo é tão amplo que praticamente qualquer pessoa poderia se encaixar em uma destas situações na vida. Por isto não se justifica olhar o suicida como um doente: ele pode ser apenas alguém cuja angústia encontrou um limite que considera intransponível. Para além deste limite, perde-se a capacidade de raciocinar objetivamente.
E é bem provável que o ato suicida não implique num desejo de acabar com a vida, mas na intenção de fazer parar a dor que não se pode suportar. Sendo uma forma extrema de comunicar a solidão do sofrimento aos outros, é sempre um tardio pedido de ajuda.
Para os parentes e pessoas próximas, além do choque, ficam os sentimentos de culpa, tristeza, raiva e até vergonha – é como se todo o ambiente social daquela pessoa tivesse falhado. Por isto tudo, é muito importante falar sobre o tema, e acabar de uma vez com o tabu que o cerca; o suicídio é uma morte evitável, se estivermos atentos.
Em 2014 criou-se o Setembro Amarelo, uma iniciativa conjunta do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria: um mês dedicado a alertar a população para esta realidade e suas formas de prevenção.
E como prevenir?
Os estudos descrevem 4 sinais característicos de quem pensa em suicídio, são os 4D: Depressão, Desamparo, Desesperança e Desespero. Podem ser expressos por atitudes, falas ou mudanças bruscas de comportamento. Caso note alguém com estes sentimentos, não o ignore: converse, se aproxime, ouça sem julgar. Oriente a pessoa a pedir ajuda profissional, e se ela se recusar, considere alertar um parente próximo ou alguém de sua confiança.
E se você estiver se sentindo assim?
Não fique sozinho! Sabemos que quanto mais laços sociais e afetivos as pessoas têm, menor é o risco de suicídio, então não se isole. Conversar sobre os sentimentos é essencial; fale com quem se sentir mais à vontade, procure apoio especializado; utilize corretamente a medicação prescrita – se for o caso – e não desista: pense em quantas lutas já venceu, e se concentre para vencer mais esta; aceite ajuda para conseguir. E lembre-se daquela frase famosa, de autor desconhecido: “O suicídio é uma solução definitiva para um problema temporário”.
Você sabia?
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio no Brasil, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype 24 horas todos os dias. Ligue 141.
Em Portugal, fale com a Voz Amiga.
Ou, naturalmente, acesse a Oficina de Psicologia, presente em Portugal, Brasil, Angola e Nova Zelândia.
The post Precisamos falar sobre o suicídio appeared first on Oficina de Psicologia.
Tirando uma folga pra cuidar da cabeça
Vencer preconceitos, numa sociedade complexa e multicultural como a nossa, ainda é um grande desafio, [...]