Frequentemente recebo na Oficina de Psicologia clientes com sentimentos de angústia, ansiedade, tristeza, desesperança, medo… e o que percebemos é que apesar de ter causas diversas, em sua essência as pessoas procuram a terapia em busca de um sentido para vida.
Desde a infância nutrimos curiosidade pelo sentido das coisas. Quem nuca fez perguntas aos pais do tipo “por que o céu é azul?”, “para que servem as formigas?”. No entanto, com o tempo, esse olhar sobre o mundo se volta mais para dentro de nós mesmos e começamos a querer entender a razão pela qual estamos aqui e, sobretudo, de que forma podemos nos tornar realizados, plenos de felicidade e satisfação.
Essa é a grande questão que provoca tanta inquietação nas pessoas. Seja nos relacionamentos sociais e familiares, seja no trabalho, ou ainda com o que elas pensam sobre elas mesmas.
Imagine um martelo. Ele foi desenhado para bater pregos. Foi para isso que ele foi criado. Agora imagine que o martelo nunca foi usado, fica lá jogado na caixa de ferramentas, ele então se habitua com essa situação e por isso mesmo não se importa.
Agora, imagine o mesmo martelo com uma alma e com consciência própria. Dias e dias passam e ele continua na caixa de ferramentas. Ele se sente meio estranho, mas não sabe exatamente o motivo. Alguma coisa está faltando, mas ele não sabe o que é.
Então um dia alguém o retira de dentro da caixa de ferramentas e o usa para quebrar alguns galhos para pôr na lareira. O martelo fica cheio de alegria. Ser segurado, utilizado com eficácia, batendo nos galhos – ele ama aquilo. No final do dia, entretanto, ele ainda se sente insatisfeito. Bater nos galhos foi divertido, mas não era o bastante. Algo ainda estava faltando.
Até que um dia ele é usado em um prego. De repente, uma luz invade sua alma. Ele agora entende para que foi verdadeiramente projetado. Foi feito para bater pregos; que não tinha nem comparação com as outras coisas atividades.
Quando conseguimos identificar o nosso propósito de vida, tudo flui: fazemos escolhas mais acertadas, desempenhamos melhor o nosso papel no mundo, conquistamos paz e felicidade. Já parou para pensar nisso? Que tal agora? Proponho um exercício: tente responder à essas 5 perguntas.
- Qual é o sentido da humanidade? E como eu contribuo?
Sim, a primeira questão é grandiosa e complexa, mas faça silêncio e ouça os palpites que vêm do seu interior. Reflita, por exemplo, sobre o que a humanidade precisa aprender para evoluir: ter mais compaixão e tolerância, maior consciência ambiental… Pense também nas lições que você acha que precisa aprender para crescer. Em algum ponto, esses caminhos certamente vão se encontrar e você descobrirá então como pode contribuir de uma forma que lhe dê prazer. Entenda que o seu sentido não fala apenas sobre você: ele influencia a sua família, os seus amigos, a vizinhança… toda a humanidade!
- É possível aproveitar melhor os meus talentos?
Todo mundo é bom de verdade em alguma coisa: fotografar, cozinhar, cuidar de crianças, escrever… Mas, geralmente, o que nos faz desacreditar dos nossos talentos é a baixa autoestima. Não basta se sair bem em algo. Para ter real valor, essa tarefa deve trazer motivação e alegria e fazer você se sentir útil. Pergunte-se, então: que talentos eu possuo que me dão verdadeiro orgulho e prazer?
- De que forma posso ser mais eu?
Descobrir o sentido da sua vida nada mais é do que entender melhor quem você é, o que pode oferecer a si mesma e ao mundo. Pense naquilo que faz você se arrepiar e o coloca em sintonia com a vida. Procure respeitar as suas capacidades e reais limitações, afinal de contas exigir de você mesmo algo grandioso e impossível pode gerar uma frustração paralisante.
- Como estar presente de corpo e alma em tudo o que faço?
A descoberta de um propósito exige foco em cada uma das situações que você vive: para perceber e sentir melhor como as coisas se desenrolam, as sensações que provocam e as consequências que geram. Então, torne um hábito vivenciar, de fato, cada etapa do seu dia a dia – seja uma reunião, a conversa com um amigo, seja a hora de buscar os filhos na escola. Esteja o mais atento possível ao que está acontecendo naquele momento à sua volta. Mantenha-se consciente também sobre a forma como age e certifique-se de que está de acordo com o que você pretende experimentar na sua vida.
E agora lanço um desafio: tente vivenciar o seu propósito todos os dias. Ou ao menos esteja consciente o bastante para perceber quando uma escolha, comportamento ou pensamento desviam do seu propósito de vida.
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