Autor: Tânia da Cunha
No decorrer de uma depressão podem surgir tendências suicidas e não são raros os doentes que cedem a esse impulso. Por isso, qualquer sinal de ideias suicidas é como um pedido de socorro, e que como tal precisa de ser entendido.
Os estados de depressão grave são, muitas vezes acompanhados por alterações do sono, perda de apetite, perda de peso, desinteresse pelas questões sociais, apatia, sentimentos de desespero, de desamparo, de estar exausto, quer física quer psiquicamente. Neste sentido, os sintomas ou perturbações depressivas poderão ser indicadores significativos de comportamento suicida.
Expressões como: “A minha vida já não tem sentido. Seria preferível eu desaparecer”, pode ser indicador de “ALERTA”. Nos estados de depressão grave, é frequente os doentes chegarem a um ponto tal que acham que nunca mais conseguirão recuperar. Vivem o presente sem um mínimo de esperança, e as perspetivas de futuro encontram-se dominadas por sentimentos negativos.
As intenções de suicídio devem ser sempre levadas a sério pelos amigos e familiares. Amigos e familiares, muitas vezes ficam sem saber se hão-de falar abertamente sobre o assunto, ou se é preferível não o abordarem. A sugestão é que conversem sobre o problema! Para quem está deprimido pode ser um alívio conseguir desabafar com alguém.
Quando as pessoas do círculo do doente começam a sentir a impressão de que o contacto com este lhe escapa cada vez mais, deverão levá-lo a um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra) tão cedo quanto possível. E nunca é demais recordar que funcionam noite e dia serviços de urgência em hospitais a que poderão recorrer, caso entrem em crises agudas de desespero.
Se se sente deprimido, não tente enfrentar sozinho a situação. Naturalmente que há depressões que se curam espontaneamente. Mas também é provável que surjam de novo após um período de tempo muito imprevisível. Por isso, a atitude mais prudente é a de procurar quanto antes ajuda especializada.
Por falta de coragem de pedir ajuda directamente, ocultamos “sinais” nas frases, pequenos pedidos de socorro, mas ninguém leva a sério, a resposta é quase sempre “não digas asneiras”. É daquelas coisas que acham que acontece apenas aos outros.
Por vezes o buraco é tão fundo, que por mais que tentamos sair dele, simplesmente não é possível. Por mais que tente arranjar uma solução, por mais que tente lutar….não dá. Chegar a um momento da vida em que perdemos tudo….e quando o único culpado somos nós mesmo, só prova que não somos merecedores da vida que nós oferecemos.
Há momento em que não há mais força para lutar…..ninguém pediu para nascer, então também ninguém deve ser obrigado a viver.
Caro Álvaro,
Numa situação difícil como aquela que nos descreve, é muito má ideia limitar-se a pequenos sinais subentendidos. Tão má ideia como estar a afogar-se e tentar que os outros percebam por pequenas indicações que lhes dá… Por favor, peça ajuda de uma forma clara e sem margem para dúvidas – faça-o a familiares, amigos e profissionais de saúde. E faça-o já – a ajuda – apoio de amigos e tratamento de depressão em sede profissional – está disponível amplamente e é eficaz. Não há necessidade de estar em sofrimento numa espiral negativa. Ficamos disponíveis.
Abraço
Oficina de Psicologia
`Não é facil levá-los ao psiquiatra … Eu própria tenho um filho com uma depressão que entretanto se refugiou no canabis… Obriguei-o a ir ao Psiquiatra. Tomou antidepressivos comprimidos para dormir !!! Melhorou um pouco.
Deixou, passado 3 meses, deixou de tomar os comprimidos e está cada vez mais deprimido… Outras drogas …. Nega ajuda . Segundo ele: Todos somos estupidos e ele o super inteligente. Fala em suicidio. Fala q quer matar toda a gente .
Que pode uma Mãe fazer para ajudar ?????!!!! Por favor respondam-me enviei o meu mail.
Obrigada
Cara Ana,
Dada a sensibilidade do tema, respondemos-lhe imediatamente por email.
Fique bem!
Oficina de Psicologia
Existem muitos pais que mal ligam pra que os filhos falam. Temos que pensar também sobre as causas da depressão… bullying na adolescência, falta de atenção, preocupação com a aparência, preocupação com dinheiro, etc. Além disso, é bom procurar um médico para a utilização de medicamentos.
Ana, eu também me chamo Ana Benícia, moro em Palmas. Exatamente a 1 ano, perdi meu filho com 24 anos. Ele foi vítima de depressão e cometeu suicídio. Foram momentos muito difíceis e de muito desespero, pois como o seu filho, o meu Igor não se reconhecia doente. Ele morava em Buenos Aires. Quando percebi que não estava bem, fiz de tudo para ele retornar para o Brasil. No início de 2015, retornou e foi ai que as coisas se agravaram. Eu não sabia mais o que fazer, fiz de tudo para levá-lo ao médico, depois começou dar crises e com muita agressividade. Depois de 8 meses, cometeu suicídio por envenamento. Ele era lindo, jovem, alegre e tinha grandes sonhos para realizar. Inclusive deixou um filho. Estou tentando reaprender a vida sem meu filho, não está sendo fácil. Mas, irei seguir em frente, no propósito de ajudar outras pessoas. Posso dizer para você: Não desista do seu filho! Sei o quanto é difícil e doloroso esse processo, principalmente porque muitas vezes, os pais se vêem totalmente perdidos, sem sabe o que fazer e como agir para lutar contra esse mal velado. Busque forças em Deus e de todos aqueles que de alguma forma possam encontrar ajudá-lo.Eu dizia sempre para o meu filho que o amava e que jamais iria desistir dele. Tenho certeza que a dor que ele sentia dentro dele era muito profunda. Mas, ainda que a vida do meu filho e de outros tantos jovens se perderam para essa doença, não perca as esperanças, lute com todas suas forças, para que seu filho fique bem. Ficarei intercedendo por ele, mesmo sem saber o seu nome, mas Deus sabe. No Brasil não existem muitas políticas públicas para ajudar pessoas com transtornos mentais, sobretudo, para os casos daquelas pessoas que não querem ajuda, nem tampouco, para orientar a família de como se comportar diante de uma situação tão grave. Precisamos chamar atenção das autoridades, pedir socorro, pois a vida de muitos filhos tem pressa. Espero que o seu filho se recupere. Seja paciente, busque informações e ajuda. Cada pessoa é um caso diferente,por isso, acredite que tudo vai ficar bem.