Vários são os panos de fundo que nos levam ao encontro da prática da sexualidade e que, por necessidade de uma melhor compreensão, nos deixam a genuína e legitima necessidade, enquanto cientistas do comportamento, de um debruçar mais atento sobre ela, temática tão controversa na audiência social nos dias de sempre.
O ser humano, envolto nas suas várias dimensões, é um ser de afetos, de emocionalidades, paixões e desejos.
Controverso ou não, pode referir-se que o desejo sexual, por mais hiperativo que se constitua, não é, por si só, patológico: é natural. Vivemos realmente inseridos numa diversidade de padrões biológicos, psicológicos e sociais e de facto, o ser humano, dentro das diferentes fases da vida, revela ter mais ou menos desejo sexual. Se este desejo aumenta devido à insatisfação permanente e interfere e prejudica outras áreas, outrora funcionais da vida do indivíduo, estamos então ai realmente perante hiperssexualidade patológica (Lino, 2009).
Apesar de o desejo hiperativo (desejo constante na obtenção de prazer através do sexo) ser classificado como uma perturbação do impulso sexual, seja ele de forma monossexual ou polissexual, tal não confere obrigatoriamente um cariz patológico, salvo se este contribuir para o sofrimento do próprio indivíduo ou de outros.
Sendo a vontade sexual regida por quatro fases: a conceção, a deliberação, a decisão e a execução, é mais fácil identificar a prática sexual como um comportamento patológico nas duas últimas fases, decisão e execução, pois caso funcionem compulsivamente a favor de um impulso sexual exacerbado e viciante, causam sofrimento ao indivíduo (Lino, 2009).
O comportamento sexual pode-se tornar-se compulsivo, à semelhança das outras adições, tornando o individuo dependente dessas compulsões para obter prazer. Este comportamento sexual compulsivo poderá pois ser indicador de um comportamento ou pensamento sexual excessivo que provoca sofrimento emocional ou perturbação social ou ocupacional ao individuo que o comporta, justificando-se ai uma intervenção psicológica capaz de harmonizar esta área de funcionamento tão importante.
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Autor: André Viegas
Psicólogo clínico