“Muitos fatores para além da biologia da gestação intervêm para determinar os padrões do comportamento sexual durante a gravidez. A maneira como a mulher sente a maternidade, a qualidade (ou ausência) do seu casamento, expectativas culturais, a atitude sexual pré-existente e outras considerações individuais são, sem dúvida, da maior importância. A presença de complicações médicas na grávida ou a preocupação com o aborto ou complicações genéticas do feto, influenciarão também o comportamento sexual.”
(Masters & Johnson, 1966)
Ao falar da sexualidade na gravidez é necessário ter em consideração que podem existir alterações devido às próprias mudanças fisiológicas e psicológicas, características de cada um dos trimestres. Por outro lado, o modo como o casal vivencia a sua sexualidade é condicionada pela individualidade de cada um dos parceiros e pelo seu contexto social, que por sua vez é reflexo de um conjunto de crenças, tradições e mitos.
Uma vez que durante a gestação, os órgãos genitais e os seios vão ser os alvos prediletos das hormonas, e sendo estes também os alvos preferenciais das respostas sexuais, as alterações ao nível da sexualidade na gravidez acabam por ser inevitáveis e compreensíveis. Muitas outras estruturas mudam, desde formas que se arredondam até orifícios que se alargam, e tudo isto pode ter um efeito positivo ou negativo no relacionamento íntimo do casal.
1º trimestre (0 – 12 semanas)
Esta fase é caracterizada pelo aumento e rigidez das mamas, tensão vaginal, náuseas e vómitos, cansaço e enjoos, todos estes fatores justificam a diminuição do desejo e da resposta sexual.
2º trimestre (13 – 27 semanas)
O segundo trimestre é um período de calmaria, mais cómodo e confortável para a mulher. Há um aumento da vascularização e ingurgitamento das mamas, dos grandes lábios e da vagina, que fazem aumentar a tensão sexual, facilitando a capacidade orgástica, além disso, o desconforto pelo excesso de tensão observada no primeiro trimestre é atenuado. Algumas mulheres descrevem uma melhoria significativa nas relações sexuais nesta fase.
3º Trimestre (28 – 40 semanas)
Este trimestre é o que apresenta mais diferenças de caso para caso. Certas mulheres continuarão a manifestar um interesse aumentado pela sexualidade, enquanto na maioria dos casos nota-se uma nítida redução das relações sexuais em relação ao segundo trimestre. De realçar que nesta fase da gestação o abdómen tem um maior peso e volume, além de que surge a azia, dores musculares e possível saída de leite, provocada pela excitação e/ou pelas fortes contrações uterinas após o orgasmo. De salientar que nesta fase a líbido mantém-se elevada, devido à abundante lubrificação vaginal e ao aumento da pressão pélvica do útero que aumenta o tempo de resolução, aumentando o orgasmo.
Importa salientar que há alguns fatores que têm impacto sobre o desejo sexual, uns que vão sendo constantes ao longo da gravidez, outros que são mais frequentes no terceiro trimestre, entre os quais se podem destacar a autoimagem corporal, o medo de magoar o bebé, assim como o tamanho do abdómen da mulher que pode causar desconforto em determinadas posições sexuais, por exemplo, na posição de missionário.
Em suma, a sexualidade na gravidez é vivida de forma diferente pelos casais. É importante ter em consideração que as várias alterações emocionais, fisiológicas, hormonais e psicológicas podem fazer com que seja necessário alterar padrões e hábitos sexuais. Dependendo do estado e da saúde da grávida, pode haver fases em que seja importante parar com a penetração e seja necessário recorrer a outras formas de estimulação sexual, tal como masturbação, sexo oral ou anal. Outras mulheres necessitam apenas de uma maior proximidade íntima e uma maior atenção por parte do parceiro. É fundamental que os dois vão comunicando para que esta fase possa ser vivida da melhor forma por ambos.
Problemas de Ereção Associados ao Uso de Preservativo
Um estudo realizado por alguns investigadores do Kinsey Institute (Sanders, Hill, Janssen, Graham, Crosby, [...]
Os adolescentes e a sexualidade
O aparecimento da puberdade, a partir dos dez anos, marca o início da adolescência. [...]