Os hobbies e atividades dos recentes pais são muitas vezes postos de lado – esquecidos, abandonados ou simplesmente adiados até os filhos terem autonomia suficiente – quando têm que cuidar dos filhos ou dividir o seu tempo (ou recursos financeiros) disponíveis pelo tempo familiar e pelo tempo individual.
No entanto, existem alguns hobbies que podem ser partilhados com a família. Outros podem ser realizados de forma alternada entre os cônjuges ou entre os pais e os filhos. Os pais mais “ligados” ao desporto e atividades desportivas, tendencialmente inserem os seus filhos nas provas que realizam e onde há, em muitas situações, escalões dedicados aos mais novos.
Existem, no entanto, alguns hobbies mais complexos, tanto pela sua individualidade, como pela complexidade ou insegurança. Algumas dessas atividades mais limitativas podem ser, por exemplo, o campismo selvagem, o BTT, o motociclismo, as longas viagens internacionais por países menos desenvolvidos. Nestes casos, o apoio e compreensão da família alargada, dos contactos sociais mais próximos ou até do cônjuge, é essencial. Consegue-se assim manter a atividade, por exemplo de forma alternada ou deixando os filhos “de férias” com os avós. No entanto, até mesmo estes espaços devem ser equilibrados e negociados no casal e na família.
Em muitos casos, quando esses hobbies são apenas retomados mais tarde, quando os filhos já não necessitam de tanta atenção ou de qualquer supervisão, os cônjuges redescobrem o prazer dum tempo livre que partilham apenas os dois. Também esse tempo e atividades deverão ser renegociados, pois pertence a um novo ciclo de vida, a um novo momento de partilha.
Em cada ciclo de vida, a negociação deve fazer parte da comunicação familiar. Também a ocupação do tempo individual ou dos hobbies em comum devem ser redescobertos e estimulados. Assim, aquela sensação de vazio, quando os filhos deixam de ser a atenção dos pais, pode ser colmatada pelo tempo de lazer em conjunto com o cônjuge.