Há uns anos era frequente pensarmos que a sexualidade dum casal era o espelho da relação conjugal. Se as coisas não estavam bem, a sexualidade não estava bem. Se a sexualidade não era satisfatória (ou não existia), esperava-se que rapidamente houvesse uma traição. E, até certo ponto, fazia algum sentido pensar-se assim, pois frequentemente correspondia à realidade.
Hoje em dia, no entanto, tendo em conta as mudanças dos papéis sociais de homens e mulheres, tendo em conta os novos tipo de relações conjugais e a aceitação social dos mesmos, tendo em conta os padrões e exigências no que há sexualidade diz respeito, a relação sexual deixou de ser um espelho dos problemas no casal, passando a ser apenas um “possível sintoma”. Claro que tudo isto exige uma contextualização do casal e da sua problemática.
Existem casos em que a relação sexual é das poucas coisas que funciona normalmente no casal. Noutros casos, é o primeiro sinal de alerta para os problemas relacionais que começam a surgir.
O sexo, a intimidade, a partilha e o afecto andam de mãos dadas com o nosso bem-estar relacional, com a nossa auto-estima e auto-confiança. Assim, é importante estarmos atentos à nossa relação sexual, aos nossos desejos e aos desejos do outro.
O sexo não deve ser utilizado como uma punição ou moeda de troca numa qualquer “guerra” com o cônjuge. Ou melhor, a ser utilizado, convém que seja com regras bem definidas e uma comunicação sem muitos constrangimentos.
As nossas relações também são feitas de condições e a relação sexual pode estar nessas condições, desde que as regras sejam claras para todas as partes. Dás-me algo e eu dou-te outra coisa em troca. Basta pensar que há umas gerações essa regra seria algo como “dás-me carinho e eu faço sexo contigo”.
Torna-se assim essencial uma boa comunicação, dentro e for a do tema “sexo”, para que exista uma boa relação conjugal.
Existem autores/terapeutas conjugais que consideram que a relação sexual deve ser quase uma tarefa ou rotina do casal. Mesmo que haja alguém na relação que não tenha muito desejo, deverá haver uma procura de ambas as partes para que um momento de intimidade se proporcione e exista prazer nesse momento. Ou seja, a relação sexual deverá ser dos últimos redutos do casal a ser afectado e não o primeiro.
Para isto é importante que existam as referidas regras claras, as condições para a relação e uma comunicação saudável – não só em relação ao sexo!!
Comunicação saudável, relação saudável. Assim, é fundamental que exista partilha de desejos, das necessidades e de expectativas. Temos de saber o que queremos, o que ansiamos e o que nos motiva para que a relação sexual continue a ser prazerosa.
O sexo continua a ter um papel fortíssimo na nossa intimidade, na nossa auto-estima e no nosso bem-estar na relação. Deve ser mais uma ferramenta a ser utilizada para que o casal esteja bem e não o oposto!
Gustavo Pedrosa
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