Autor: Marta Andersen
O sono é uma função fundamental para o bom funcionamento do corpo e do cérebro.
É durante o sono que o cérebro organiza e assimila a informação que adquiriu ao longo do dia e a armazena na memória de longo-prazo. E é precisamente nos períodos de sono mais profundo, isto é, entre a sexta e a oitava hora de sono, que o armazenamento na memória é mais eficaz. Por este motivo, é fundamental que as crianças durmam pelo menos 8 horas por noite. Os adolescentes necessitam de quase tantas horas de sono como as crianças. Nesta fase, o adolescente precisa de dormir pelo menos 7 horas por noite, para evitar os comportamentos e as dificuldades cognitivas associados à privação de sono.
Alguns estudos demonstraram que quando as crianças dormem um número de horas insuficiente têm mais dificuldade a resolver problemas de matemática, cometem mais erros e deixam mais respostas incompletas nos testes. A privação de sono também interfere com as hormonas que regulam o crescimento e o apetite. Os adolescentes com poucas horas de sono sofrem de níveis mais elevados de stress, depressão e ansiedade, e correm mais riscos desnecessários.
Pelo contrário, as crianças e adolescentes com um período de sono saudável demonstram melhores capacidades de coordenação da atenção, melhor memória e melhor compreensão oral e leitora.
Além de uma boa noite de sono, o cérebro precisa de pausas ao longo do dia, para funcionar eficazmente. Isto significa que é importante fazer intervalos regulares durante as tarefas que implicam maior esforço cognitivo, como por exemplo, ao longo das tarefas escolares e durante o estudo em casa. Dependendo da idade e das capacidades de concentração do seu filho, a altura em que estes intervalos devem ser feitos irá variar. Como norma geral, uma criança no 1º ciclo necessita de pequenos intervalos a cada 15 minutos de estudo, enquanto que as crianças mais velhas (do 2º e 3º ciclos) necessitam de intervalos a cada meia hora. Estes valores servem apenas como um guião, sendo que crianças de idades semelhantes podem ter necessidades diferentes uma da outra. Ao longo do crescimento a necessidade de fazer intervalos vai evoluindo, sendo que quanto mais nova for a criança, maior a necessidade de fazer intervalos frequentes. O importante é que os intervalos ocorram antes de a fadiga, o aborrecimento e a distração se instalarem.
O intervalo deve ter uma duração de 3 a 5 minutos, e durante este tempo curto a criança deve mexer-se fisicamente e respirar profundamente. Pode, por exemplo, ir até outra divisão da casa e ficar a olhar pela janela, ou colocar música e dançar. Isto irá permitir que o seu cérebro assimile a informação que acabou de adquirir e a passe para a memória de longo prazo, o que deixará a criança com mais capacidade para adquirir nova informação.
Está sempre a tempo de ensinar bons hábitos de sono e de estudo aos seus filhos!