Penso muitas vezes como é o brincar e quais os brinquedos da actualidade. Hoje percebe-se que a família precisa lidar com inúmeras mudanças, como a rotina frenética, a invasão tecnológica, dentre outras questões contemporâneas que tornam o “ter” superior ao “ser”.
Vivemos numa era de consumismo, em que alguns valores ou estão profundamente alterados ou se estão a perder: a melhor casa, o melhor carro, o melhor telefone, assim como os melhores e os mais caros brinquedos infantis… Ao invés de momentos juntos.
Para poderem proporcionar “o melhor” aos seus filhos, frequentemente os pais passam muito tempo a trabalhar, tornando a sua rotina exaustiva o que inevitavelmente termina por provocar uma imensa interferência no tempo livre com as crianças. Quando os pais chegam a casa depois de um dia cheio de trabalho, muitas vezes exaustos, sem energia e paciência para dar atenção e brincar com seus filhos, os aparelhos electrónicos acabam por ser muitas vezes os seus companheiros e brinquedos.
Diante de tantas demandas de consumo, muitas vezes, as pessoas encontram-se sem direção, pois já esqueceram ou não sabem o que é essencial para as relações familiares. Mesmo com as inúmeras ofertas que o dinheiro pode comprar, o essencial continua a ser gratuito. O afeto precisa ser o ingrediente fundamental nas relações, visto que nada substitui o olhar, a atenção e o cuidado para com o outro. Portanto, é necessário resgatar e lapidar o amor, o qual não está nas prateleiras, mas dentro de cada um de nós.
Tudo isto poderá ser um ponto de reflexão para pensar que a felicidade na infância ultrapassa muito mais do que só brinquedos caros e da moda, mas que se consegue com momentos que envolvem espaços felizes para as crianças se sentirem amadas e ligadas aos seus cuidadores.
Mostre as brincadeiras de sua infância aos seus filhos e traga a sua própria criança para brincar com eles, provavelmente este será o maior presente!!!
Brincar, na época do consumismo
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