Num estudo levado a cabo na Ohio State University percebeu-se que os adultos parecem, de forma natural, ter tendência a dar elogios “exagerados” ou “aumentados” a crianças com menor auto-estima. No entanto, enquanto crianças com elevada auto-estima se sentem estimuladas com elogios “exagerados”, as que têm baixa auto-estima acabam por se sentir inibidas face a novos desafios quando o adulto exagera nos elogios.
A investigação usou como elogio “exagerado” uma pequena modificação naquilo que poderia ser o elogio de base, envolvendo muitas vezes apenas uma palavra adicional. Estes elogios exagerados continham advérbios (como “incrivelmente”) ou adjectivos (como “perfeito”) assinalando uma avaliação muito positiva. A título de exemplo para distinção entre um elogio simples e um elogio exagerado temos: “és bom nisto” e “és incrivelmente bom nisto”.
Os investigadores verificaram que os pais tendem a elogiar de forma mais vincada as crianças percepcionadas como tendo uma menor auto-estima. De acordo com os autores, os pais pareciam pensar que as crianças com baixa auto-estima precisavam de elogios extra para se sentirem melhor.
Embora compreensível o motivo pelo qual os adultos o fazem, a verdade é que o estudo ajudou a compreender que os elogios exagerados têm um efeito contraproducente nas crianças com baixa auto-estima, colocando-as sob pressão. Dizer a uma criança que ela foi incrivelmente boa poderá fazê-la assumir que terá de se sair sempre incrivelmente bem, assustando-se com a perspectiva de elevados padrões, acabando por não se envolver em novos desafios.
Embora possa parecer um pouco contraditório em relação às crenças de base da maioria das pessoas, os autores sublinham que não é proveitoso dar elogios “aumentados” a crianças que, à partida, se sentem desconfortáveis em relação a si próprias.
O mais sensato será, pois, ser-se honesto e realista no recurso aos elogios, sem se cair na tentação de acrescentar “um extra” para tornar o elogio hipoteticamente mais poderoso.
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