Férias da Páscoa: falamos de escola ou vamos fazer uma caça aos ovos?
As férias enquanto pausa no ritmo do período escolar, habitualmente acelerado, de aprendizagem e assimilação de informações e conhecimentos, constituem um excelente momento de descanso e lazer, mas são também uma oportunidade previligiada dos pais acompanharem o crescimento dos filhos e de partilharem novas experiências. A possibilidade de usufruir de um momento de pausa na aquisição formal de conhecimentos, permite que haja espaço, temporal e mental, para a reflexão sobre o que se vai aprendendo ao longo do ano lectivo e para integração do conhecimento. Paralelamente, um período de descanso e lazer, permite que o cansaço que se vai acumulando, dê lugar à energia, à motivação e à força de vontade. As férias são também oportunidades da criança se adaptar à mudança e de estimular a sua curiosidade, flexibilidade e respeito pela diferença.
As férias permitem, à partida, mais momentos de partilha entre a família, longe das rotinas exigentes do período de aulas, em que o tema escola não tem de surgir todos os dias. Desafio-o a que nas duas semanas de férias da Páscoa do seu filho consiga, na maior parte desses dias, não se referir ao tema escola ou estudo. Se tal for possível, tire também alguns dias de férias ou procure sair do emprego mais cedo. Esta é mais uma oportunidade de estreitar laços familiares em dinâmicas, contextos e rotinas diferentes do habitual. Deste modo, os filhos sentem também que os pais valorizam o tempo que passam juntos, o que tem impacto na imagem que vão formando de si e das suas relações familiares.
As atividades que se podem fazer em família são inúmeras.
Dentro de casa, para além das tradicionais brincadeiras e jogos, é possível deliciar as crianças durante horas, quando eles podem ocupar a cozinha, de avental posto e colher de pau na mão, ajudando na confecção de algumas refeições. Paralelamente, uma varanda que se transforma num atelier de artes, onde não faltam tintas e pincéis, colas e plasticinas, é sempre bem recebida pela imaginação dos mais novos. Com os dias mais longos e a Primavera a acontecer, os passeios ao ar livre também são uma excelente actividade para fazer em família. Experiência particularmente enriquecedora se feita com espírito Mindful, de mente aberta, colocando os cinco sentidos a fazer descobertas em parques e jardins.
De qualquer modo, mais importante do que o tipo ou quantidade de actividades que a família faz, é a qualidade do tempo que passam juntos. Sem dúvida, esse é o ingrediente fundamental para fortalecer os laços familiares. Para além disso, deixar o seu filho participar na escolha das atividades é importante para que se sinta valorizado e respeitado.
Mas, atenção! Sair da rotina escolar tem vantagens, mas convém não sobrecarregar a criança com outro tipo de rotinas rígidas, com a preocupação de preencher as férias com aprendizagem e cultura. O tempo de brincadeira ou lazer menos estruturado é fundamental!
E se há TPC de férias?
Naturalmente, toda a maior flexibilidade que se procura com um período de descanso, não significa não cumprir com obrigações escolares que tenham sido solicitadas pelos professores para esse período. E, neste caso, não terá outra alternativa se não “falhar” no desafio que lhe propus há umas linhas atrás. Assim, se tiverem sido pedidos trabalhos de casa para as férias, é importante ajudar a criança a não acumular tudo para a véspera do início das aulas, podendo ir dividindo os trabalhos estipulados ao longo de alguns dos dias das férias. Tal não significa adotar uma postura obsessiva e rígida em relação ao estudo, correndo-se o risco de transformar os dias de férias em “campos de batalha” desnecessários. Sobre o tema estudo nas férias, equilibrar necessidades da criança, bom senso e flexibilidade é fundamental.
E se o final do período foi acompanhado de maus resultados escolares?
Quando há más notas, os pais devem conseguir criar um espaço de diálogo e reflexão, sobre o que terá estado na origem dos maus resultados escolares e em conjunto pensarem num plano para recuperar as notas no 3º período. É muito importante reagir com calma e com disponibilidade para tentar perceber o que está a ser difícil para a criança, mostrando interesse para a apoiar na etapa final do ano lectivo. De um modo geral, premiar o sucesso tem mais vantagens do que punir o insucesso. E o esforço é algo também a ser valorizado! O foco no que corre bem, promove a autoconfiança e automotivação para ultrapassar as dificuldades.
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