Existem coisas que não se compram com dinheiro.. mas com tempo e disponibilidade.
As dificuldades de comunicação aparecem muitas vezes na base de conflitos que acontecem na adolescência. Muitas vezes não criamos espaços de comunicação e disponibilidade para ouvir o outro. As emoções e os afectos precisam de tempo e de espaço para se poderem expressar. Ouvir as diferentes opiniões e negociar regras é essencial em todas as faixas etárias, mas com especial enfoque na adolescência. Converse, converse sobre tudo, sobre as coisas que rodeiam o seu adolescente e podem ser coisas simples, o importante é estar presente e disponível. A falta de tempo para estarmos hoje em dia em família deixa os jovens muitas vezes em auto-gestão e entregues a pequenas e grandes decisões para as quais não possuem a maturidade suficiente, sendo posteriormente as consequências completamente imprevisíveis.
Depois temos aqueles jovens que vão conseguindo como forma compensatória aquele relógio giro, aqueles ténis da moda, aquele novo modelo de telemóvel, etc quando na realidade fazia muita falta aquele abraço forte e protector, aqueles 15 minutos de conversa, aquele apoio que diz “apesar de não concordar contigo, gosto muito de ti filho(a)!”. São essencialmente as pequenas coisas do dia-a-dia que desgastam as relações e afastam pessoas. Quando os pais têm um envolvimento emocional que lhes permite a construção de uma ligação afectiva com os seus filhos e, simultaneamente, sabem definir limites de um modo consistente, os seus filhos têm uma adolescência mais fácil, porque está muito mais orientada – na sua ausência, o adolescente sente-se perdido e desinvestido pelos próprios pais.
É conhecido de todos que os adolescentes têm uma necessidade muito grande de testar limites, bem como desafiar tudo e todos, o que faz desesperar muitos pais! No entanto, crescer e aprender não é fácil.. pelo contrário tornar-se adulto é mesmo muito difícil!
Enquanto pais, a missão passa por ajudar o adolescente a autonomizar-se com estabilidade e segurança, o que passa também pela modificação da sua relação com ele e do tempo que lhe dedica.
E como está a sua relação com o seu filho adolescente?
Automutilação – sofrer para viver
Cicatrizes, cortes, queimaduras... adolescentes e adultos que se mutilam intencionalmente. A [...]