Filhos nos divórcios… Tem de haver vencedores e vencidos?
Os divórcios ou separações são processos dolorosos para toda a família. As emoções envolvidas são intensas e influenciam as reações e decisões. A atitude dos pais fará toda a diferença na forma como os filhos irão lidar com a separação. A explicação que é dada sobre o divórcio, o nível de conflito dos pais, o tempo e qualidade de contacto com a figura parental que saiu de casa, a capacidade de cuidado da figura parental que fica em casa após a separação são fatores muito importantes.
Recentemente foram partilhados os resultados de um estudo realizado no âmbito do Health Behaviour in School aged Children (HBSC), o grande estudo sobre a adolescência realizado pela Organização Mundial de Saúde, no qual participaram 8125 adolescentes portugueses. Apurou-se que 6,8% dos adolescentes cujos pais estão separados referiram estar em “guarda partilhada”, alternando a permanência na casa da mãe e do pai; 37,4% indicaram que vivem com um dos progenitores e estão com o outro de 15 em 15 dias; 55,8% afirmaram também que vivem com um dos pais mas raramente, ou mesmo nunca, vêem o outro.
Recebemos em consultório filhos de pais que não conseguem colocar de parte as mágoas, regular as suas emoções e ter o discernimento necessário para perceber o que realmente é melhor para os filhos. Para além das situações em que um dos progenitores não toma a iniciativa para contactar e estar com o filho, ou se torna muito ausente física ou emocionalmente depois da separação, há casos em que um dos pais dificulta ou proíbe tentativas de contacto, ou convivência com outro progenitor.
Uma das psicólogas da investigação supra mencionada refere que os estudos realizados “têm demonstrado que os jovens que não mantêm contacto com o pai apresentam mais comportamentos de risco e são mais infelizes quando comparados com jovens que têm alguma dificuldade em comunicar com o pai, mas que continuam em contacto”.
É importante também relembrar que existem outros comportamentos parentais que contribuem para grande sofrimento dos filhos e que devem ser evitados, nomeadamente:
- Alterar drasticamente as rotinas do filho após o divórcio.
- Culpabilizar o filho pela separação dos pais.
- Fazer comentários depreciativos, culpar, ou acusar o outro progenitor.
- Usar a criança como pombo-correio de informação, ou interrogar constantemente sobre o que se passa em casa do outro progenitor.
- Compensar o filho com presentes ou com atitudes mais permissivas, e ou a ausência de regras e limites claros e consistentes.
É extremamente penoso para uma criança ou adolescente lidar com este tipo de situações. A intervenção de um psicólogo clínico é indispensável para ajudar a lidar com o turbilhão de emoções e o impacto causado a curto e longo prazo, em grande medida, devido à forma como os pais agem durante e após a separação.
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