Sim, pode ser polémico. Mas vamos ver o que diz a ciência?
Um estudo dirigido por Catherine Conger, professora de Desenvolvimento Humano e Comunitário na Universidade da Califórnia reuniu 384 pares de irmãos e os seus pais e visitou-os três vezes ao longo de três anos, interrogando as suas relações, fazendo gravações de video e questionando-os relativamente à forma como resolviam os seus conflitos. A investigadora concluiu que 65% das mães e 70% dos pais exibiam preferências por um dos filhos, normalmente o mais velho.
Desde o momento em que nascem os irmãos disputam entre si a atenção e preferência parental: “Eu sou o mais esperto!”, “Eu sou mais rápido”, etc. Ser o preferido pode aumentar níveis de auto-estima e confiança pessoal, mas também pode conduzir à arrogância. Os filhos menos desejados podem crescer a perguntar-se porque razão não terão direito ao mesmo que os filhos preferidos, mas por norma acabam por investir mais nas relações fora da família, como forma de se compensarem. Outras vezes, podem mesmo torturar o irmão preferido, como se fosse o alvo a abater nesta competição familiar.
Como se determina, então, a preferência?
- Tudo começa na necessidade de sobrevivência dos pais, pelo que a inclinação será para os filhos maiores e mais saudáveis – logo, serão mais bem sucedidos na reprodução de novas gerações;
- Aparência física: os filhos mais bonitos e atractivos – têm mais sucesso na família, mercado de trabalho e na conquista de um parceiro para namorar;
- Os primogénitos : os primeiros filhos são muitas vezes os preferidos. Historicamente os primeiros filhos eram também os filhos mais altos e mais saudáveis (pois não tinham de dividir alimento com outros irmãos). Um estudo norueguês afirma ainda que os primogénitos têm uma vantagem de 3 pontos de Q.I. sobre os irmãos mais novos devido ao facto de terem sido durante algum tempo o foco exclusivo da atenção dos pais;
- O filho mais vulnerável a um elemento parental ou ao restante meio social – por vezes até como forma compensatória, numa forma de compaixão (uma opção que vai contra a intuição);
- Os filhos mais novos : quando desenvolvem defensivamente a capacidade de desarmar e encantar, uma “estratégia de baixo poder”, como forma de sobreviver num contexto onde são os mais fracos. Por outro lado, como os irmãos mais velhos tendem a abrir caminho para situações novas, os pais tornam-se mais tolerantes e tranquilos.
- As mães tendem a preferir o filho primogénito e o pai a filha mais nova. O género pode ser especialmente determinante em fratrias de 3 irmãos, sendo que o mais velho e o mais novo têm mais possibilidades de serem o preferido, pelo menos de um dos pais, do que o irmão do meio. Quando os 3 irmãos são do mesmo sexo, as possibilidades do irmão do meio são ainda menores, visto que não se destaca nem pela ordem de nascimento, nem pelo género.
Quando estes padrões de inclinação se definem, é muito dificil quebra-los, ainda que até os preteridos possam ser os eleitos para determinados domínios. Quando isso não acontece e uma criança não é favorecida em nenhuma área, podem ser criados danos a longo prazo.
“Será possível passar toda uma vida infantil a olhar com inveja para o príncipe ou princesa do outro lado da mesa de jantar, sem desenvolver cicatrizes psíquicas?”
As crianças que se sentem menos amadas parecem ter mais probabilidade de desenvolver ansiedade, baixo amor próprio e depressão. Outros reagem, exibindo comportamentos desadequados, punidos pelos pais e intensificando esta falta de preferência por si.
DICA: se tem um filho preferido, guarde para si! Desenvolva com cada um dos seus filhos uma ligação única e especial.
Mas se entendemos muito bem os danos nos filhos não preferidos, também não podemos deixar de alertar para o facto de que os filhos preferidos que passam os primeiros anos de vida a usufruir das carícias dos pais poderem ficar mal preparados para o resto da sociedade. Esta nem sempre vê todos ir nos dotes que os nossos pais nos reconhecem!
Outras vezes, estes filhos peferidos lidam ainda com o sentimento de culpa alimentado pelo dilema entre o prazer de ter um tratamento preferencial e a simpatia e/ou compaixão que desenvolvem pelos irmãos rejeitados.
O favoritismo óbvio é o relacionado com crianças com necessidades especiais (síndrome de Down, autismo, etc.). Ainda assim os pais devem explicar as razões do tratamento preferencial, para que os irmãos entendam e os efeitos negativos desapareçam.
Um dado importante sobre o favoristismo… É que este desaparece quando as crianças crescem e se algum ressentimento juvenil persistir na memória, lembre-se de compensá-lo!!
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Espero que o meu filho consiga aquilo que eu nunca consegui…
“Espero que o meu filho consiga aquilo que eu nunca consegui...” [...]
Tenho este problema em casa tbm, minha mae desde sempre preferiu meu irmao mais velho, sem ao menos esconder isso.. Podiamos fazer as mesmas coisas com mesmos resultados ele sempre era o mais elogiado e beneficiado . Meu irmão tira muitas vantagens disso.. Eu como a filha PRETERIDA/REGEITADA , tento de todos os modos agradar minha mae mas sempre sem resultados, hoje tenho meu filho de apenas 2 anos e sou casada aos 20 anos, hoje realmente me DOI mais ainda por eu saber como é o amor de uma mae pra um filho e ver que realmente eu não tive esse amor. Mas as vezes agradeço pois vejo meu irmão aos 30 anos ainda com meus pais, não sabe se virar, depende de tudo deles, talvez se eu tivesse sido a mais favorecida eu estaria lá … Agradeço a Deus apenas por ter me amado e enchugado minhas lagrimas qndo regeitada… Minha mae ainda me odeia, e tem preferencia ate pelos netos da parte do meu irmão, pois são polacos de olhos claros … Simplesmente tenho pena dela ao ver como ela e tratada lá com as preferencia q ela tem..