Porque é tao difícil realizarmos comportamentos que nos ajudam a prevenir a contaminação de novo vírus.
É incrível, as coisas que nos passam despercebidas no dia-a-dia e que, do dia para a noite, passamos a dar atenção e importância, em nós e nos outros. Há uns dias enquanto bebia café dei por mim a reparar que a senhora que estava ao balcão toca constantemente com as mãos na cara, ou coçando a testa ou apertando o nariz mas não estando a assoar-se …durante cerca de 3 minutos posso dizer que foram muitas vezes. Ao estar a observar eu própria dou por mim com uma sensação de comichão no queijo e lá vai a mão ao queijo … e agora ao estar a rever este artigo apoio a cabeça na mão como se precisasse de descansar …
No momento atual, com a proliferação do Corona Vírus à velocidade da luz pelo mundo, este simples acto de levar a mão à cara é considerado um comportamento de risco para a saúde e é recomendado pelos especialistas e pela Organização Mundial de Saúde que se abstenha de o fazer e que lave e desinfete as muito bem e frequentemente.
As nossas mãos estão constantemente cheias de germes, vírus e bactérias. Se estiverem atentos na quantidade de superfícies que tocam diariamente como abrir uma porta, empurrar o carinho de compras, tocar no botão do elevador, ao mexer nas moedas e notas, ao atender uma chamada no telemóvel, percebemos que nós e muitos outros “partilhamos” estes microrganismos. Ao tocarmos com as mãos na cara estamos a transportar estes microrganismos para a principal porta de entrada no nosso organismo (zona T – boca, vias respiratórias, olhos). Este facto não surgiu com o novo vírus sempre foi assim mas pela perigosidade deste novo vírus é algo que devemos e temos que evitar: levar a mão à cara e por sua vez aumentar o número de vezes que lavamos as mãos e certificar-nos que o fazemos pelo menos 20 segundos.
Apesar da grande preocupação em lavar ou desinfetar as mãos, e falo por mim, no início esquecia-me de lavar as mãos as vezes que a situação actual o exige. É muito difícil alterarmos este tipo de comportamentos (tocar com a mão na cara por exemplo) porque apesar de comportamentos simples, são automáticos ou seja realizamos estes comportamentos sem consciência.
Pela nossa saúde e daqueles que nos rodeiam (diria mesmo por todos os que habitam este planeta) o momento exige que criemos novos hábitos e como sabem a criação de novos hábitos, mesmo que seja pela nossa saúde, é difícil.
O hábito é uma rotina ou um comportamento que é realizado regularmente de forma automática. Para um comportamento se tornar num hábito temos que o repetir vezes sem conta até o nosso crebro o reconhecer como hábito. Os hábitos tem um valor adaptativo para a espécie humana e muito vantajoso. O nosso cérebro apesar de ser uma grande máquina só consegue focar-se numa coisa de cada vez. Assim ao tornar um comportamento automático e por isso inconsciente o cérebro pode-se focar no que é essencial.
Assim, queremos erradicar um hábito (levar a mão à cara) e criar um novo hábito (aumentar o numero de vezes que lavamos as mãos). Para vos ajudar nesta mudança deixo algumas dicas e informação sobre o processo de formação de um hábito:
Os hábitos respostas comportamentais a algo que vamos experimentando até que encontramos uma resposta que nos parece a melhor ou porque existe uma espécie de recompensa na sua repetição. Repetimos várias vezes, várias vezes esse comportamento até que ele se instala como hábito. E com o tempo o nosso cérebro ao identificar o gatilho realiza de forma automática o comportamento.
Assim para erradicar um hábito que não queremos continuar a ter devemos em primeiro lugar torna-lo visível, ou seja, consciente. Ao estarmos conscientes conseguimos interromper o comportamento. Para ajudar a eliminar este hábito é útil que ele se torne pouco satisfatório (fazer com que baixe a libertação de dopamina associada a esse comportamento).
Para instalar um novo hábito devemos conscientemente criar uma intenção.
Eu vou desinfetar ou lavar as mãos, sempre que estiver exposta a ambientes novos ou outras pessoas (Eu vou …… (comportamento) …. (duração/tempo) …. (onde))
É importante que seja praticável, fácil de realizar, atrativo (neste caso vou estar a proteger a minha saúde) e depois só vou ter de o repetir, repetir ….
Lembre-se que a nossa espécie está “equipada” para enfrentar obstáculos e é isso que tem possibilitado ao longo de séculos a sua sobrevivência e adaptação a novas circunstâncias.
Desejo-vos muita claridade e força nesta altura delicada e desafiante na criação de novos hábitos.
Qual foi o interesse que este artigo teve para si?
O artigo identifica a questão mas estava à espera que fornecesse estratégias mais claras. Neste ponto desiludio-me.
conselhos muito úteis e práticos. Obrigada
Claro, acessível e com aplicabilidade prática. É muito explícito e tal suscita a atenção de forma a lê-lo até ao fim.
Excelente. Embora aborde os temas de higiene básica que todos devdmos seguir acescenta mais informação sobre a forma como nos comportamos.
Trabquilo mas alertante. Obrigada por estarem sempre por aqui.?
Diga-me o que pensa e dir-lhe-ei se é ansioso
Quando há ansiedade, os pensamentos costumam andar à volta de temas [...]