Ela queixa-se de que o marido não a chama mais para sair como antigamente e que não ajuda nas tarefas domésticas ou na educação dos filhos. Ele queixa-se de que a esposa perdeu a vaidade com a maternidade, só se dedica aos filhos e que está distante, fria. Ela gosta muito de conversar sobre a relação, mas ele parece se irritar quando esse assunto entra em cena. Essa é uma história fictícia, mas poderia ser o início de um capítulo semelhante na vida de muitos casais.
As queixas podem ser variadas, e nas conversas informais com amigos e familiares, uns poderiam sentenciar que o problema é a rotina, outros falariam que é o ciúmes, ou talvez a falta de romance…todas essas considerações podem e devem ser avaliadas, mas na verdade o “X” da questão está na comunicação.
O maior problema para grande parte dos casais em crise é que os reais motivos de uma decepção em uma relação amorosa está naquilo que não é dito e ainda, no desconhecimento de que homens e mulheres têm diferentes estilos de comunicação.
Em geral as mulheres gostam de conversar sobre o problema antes de ouvir a solução, elas gostam de explicar seu ponto de vista, falar de seus sentimentos e espera ser compreendida. Já os homens são mais diretos e têm a tendência de mostrar soluções, estão focados nisso e não gostam de ouvir as queixas. Isso acontece porque o homem se sente útil quando resolve um problema. Dar soluções é a sua maneira de mostrar à esposa que ela pode confiar que ele vai ajudá-la. É por isso que os maridos acham estranho quando a esposa não aceita logo sua solução.
Não adianta insistir em usar um mesmo mecanismo diversas vezes para resolver um problema. Isso só gera desentendimento e frustração.Temos a tendência de tratar as pessoas como nós gostaríamos de ser tratado. Mas, somos diferentes, e para que uma conversa sobre um desentendimento acabar bem, você precisa entender como a outro gostaria de ser tratado. A seguir veja o exemplo de distorção na comunicação:
Depois de um jantar com amigos, e João estava feliz e animado e ao conversar com Maria sobre a possibilidade de mudarem de cidade em virtude da nova oportunidade de trabalho. Enquanto para ele, a perspectiva de mudança seria ótima para todos, por causa de um salário maior, ela somente pensava o quanto se sentia ameaçadapor essa notícia, pois ia perder o contato com sua família e amigos, para ela a simples de ideia de mudar era uma afronta dele contra ela.
Nesse exemplo, quando queria falar da perspectiva de um novo salário, João tinha em mente que a família teria uma melhor condição de vida e ao olhar para Maria e vê-la triste e distante, ele não conseguia compreender o que ela pensava e começou a pensar que ela não poderia ficar feliz com o seu crescimento profissional e até que ela não se importava com o bem estar dele e dos filhos. Ela, por sua vez, em sua tristeza calada, interpretava o jeito dele como egoísta, como se ele não se importasse com o que ela teria que abrir mão.
O “X” da questão desse casal, e de muitos outros é ficar imaginando o que o outro pensa ou sente. E o primeiro passo para mudar essa história é parar de ficar tentando descobrir o que está passando pela cabeça da outra pessoa e perguntar. É algo tão simples e deixado de lado, como se preferíssemos ficar imaginando coisas que não existem, razões imaginárias e frequentemente negativas, para interpretar o semblante.
Como mudar? Mudando de atitude, confira algumas sugestões:
Esposa:Explique o que você precisa. Talvez você só queira falar como se sente emrelação à uma determinada situação, não espera por uma solução, mas deseja ser acolhida.Se o seu marido vai logo dando uma solução, não pense que ele não se preocupa com o que você está sentindo. É bem provável que ele queira facilitar as coisas para você.
Marido: tente ser um bom ouvinte. Da próxima vez que você conversar com sua esposa sobre um problema, controle-se para não dar uma opinião sem que ela peça. Olhe nos olhos dela e preste atenção no que ela está falando. Concorde com a cabeça. Repita a ideia para que ela saiba que você entendeu a situação.
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Problemas no relacionamento amoroso: você sabe qual é o“X” da questão?
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