Pode começar com a sugestão do tipo de roupas a usar ou o controle das postagens nas redes sociais, ou ainda imposição sobre as amizades a não manter.
A violência no namoro é um problema real e cada vez mais frequente entre os jovens e tem variadas formas na sua apresentação. Um estudo nacional efetuado este ano e apresentado no dia dos namorados, revelou que 58% dos inquiridos diz já ter sofrido ou sofrer de violência no seu relacionamento.
É comum pensar que por não haver agressões físicas não se está a falar de violência. Porém, violência no namoro implica que uma ou ambas as partes exerça força e poder dentro do relacionamento, com o objetivo de dominar e pode manifestar-se física, sexual, social e/ou psicologicamente.
Riscos massivos incorrem na perpetuação de comportamentos desajustados, pois agressores no namoro podem continuar o mesmo padrão de comportamento pela vida a fora e vítimas de agressão podem se tornar alvos de agressão também nos relacionamentos futuros.
Violência Física
Envolve empurrões, puxões, bofetadas, pontapés, murros ou ainda ameaças de qualquer tipo de agressão física.
Violência Sexual
Implica ser obrigado a praticar atos sexuais contra a própria vontade, incluindo carícias e manifestações de carinho.
Violência Social e Digital
Compreende práticas de humilhação, invasão de privacidade, como abrir o correio ou ter a password das redes sociais forçadamente; tentativas de comprometer a imagem ou envergonhar publicamente; impedimento de se relacionar com familiares, colegas ou amigos sem consentimento.
Violência Psicológica
Todo o tipo de tentativa de controle do comportamento do outro, imposição ou repressão da forma de pensar, falar, vestir e agir. Atos como partir objetos, causar medo com ameaças de terminar a relação representam violência psicológica.
Quer ajudar?
Ninguém se candidata ao sofrimento, logo, devemos ser empáticos com a situação e demonstrar a nossa preocupação genuína e não uma visão crítica e de julgamento. Vítimas de abuso frequentemente convencem-se de que não são capazes de viver sem aquela pessoa, de que não conseguirão ter relacionamentos melhores ou de que caso façam tudo certo os abusos terminarão. Mais ainda, e na maior parte dos casos, devido às ameaças e intimidações manifestam medo de terminar a relação.
Como se libertar…
Terminar com o sofrimento de estar dentro de um relacionamento abusivo não pode ser considerado simples ou fácil. É necessário criar uma rede de apoio sustentável que deve envolver pessoas de confiança como familiares e amigos.
O apoio psicológico tem um papel fundamental, uma vez que ajuda a modificar conceitos de que “um pouco de ciúme apimenta a relação” ou que atos de controle, agressão ou perseguição são normais entre os casais, e que por isso podem ser consideráveis ou toleráveis. Trabalha-se também a forma como se perceciona o amor, eliminando crenças disfuncionais que levam à aceitação de um amor tóxico, regado de ameaças, coerção e falta de liberdade.
Por fim, existem instituições especializadas que prestam apoio legal e estrutural a todos quanto necessitem de orientação neste processo difícil, mas bastante real na nossa sociedade.
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