Hoje é o dia mundial do compositor!!
Neste dia, lanço o desafio de todos reflectirmos um pouco sobre o que é isto de ser compositor… Compor é pegar numa ideia ou em várias ideias e dar-lhe uma forma, uma estrutura, uma ordem, um seguimento, uma lógica, um encadeamento pensado.
É natural que a palavra compositor nos remeta para a área musical, mas, na verdade, a arte de compor poderá não ficar apenas inscrita no plano musical.
De algum modo, todos podemos ser compositores.
Todos nós, seres humanos, podemos aproveitar as ideias que, vezes sem conta, nos visitam e não as deixar fugir. Estar atento a estas ideias e depois procurar dar-lhes uma ordem, uma continuidade, uma sequência e uma história.
Se falarmos em termos estritamente musicais, um compositor é alguém que pega numa ideia musical que poderá ser melódica, rítmica ou harmónica e que a ouve pacientemente até esta ideia encontrar o seu discurso. O compositor é alguém que respeita e que dá espaço para que esta ideia se possa desenvolver, crescer e encontrar a sua linguagem própria.
E tudo nasce a partir de uma ideia ou de algumas ideias.
Até este texto, que agora me atrevo a dizer que estou a compor, nasce de duas ideias: A de que todos temos o potencial de compor e a de que a composição compreende a organização lógica e sequencial de ideias.
Para compor é preciso criar. Não há composição sem criatividade. E todos nós seres humanos somos criativos. O que é importante fazer é pegar nessa mesma criatividade e desenvolver as ideias que surgem. No fundo, dar uma forma e uma consistência, por outras palavras: compor.
A composição compreende também a experimentação, ou seja, a possibilidade de ensaiar diversas possibilidades de organizar as ideias que surgem, sejam elas musicais ou não. De igual modo, todos nós, seres humanos, também podemos aproveitar as ideias que surgem e experimentar diferentes possibilidades para estas ideias.
A composição nasce da improvisação que é depois organizada e estruturada, segundo um plano.
Todos nós somos criativos, logo todos temos ideias que poderemos ensaiar, transformar, alterar para chegar a algo concreto, ou seja à nossa composição.
Já alguma vez se viu como um compositor? E porque não ver-se desse modo?
Até que ponto presta realmente atenção às ideias que o visitam diariamente?
Se tiver uma atitude consciente, de presença e de atenção, ou seja, uma atitude mindfulness, poderá estar muito mais receptivo e disponível para dar a devida atenção às ideias que surgem. Depois é só registar estas ideias, agrupá-las por temática e escolher as ideias que merecem um desenvolvimento posterior.
E assim nasce a composição.
Por isso, de algum modo, todos somos compositores.
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Belo texto…todos os dias temos a possibilidade….ou de compor a vida…ou apenas rascunha-la….que façamos a escolha certa…