Dia de Saúde Sexual
Hoje celebra-se o Dia Mundial da Saúde Sexual, lançado pela World Association of Sexology.
Dos muitos temas que poderiam fazer parte deste dia, que tal falar sobre a importância da intimidade na nossa saúde sexual?
Num tempo de correria frenética, é cada vez mais difícil estarmos próximos dos que amamos. Se amar implica também cuidar, é importante conseguirmos ter tempo de qualidade para o fazer. E isto quando os ditames da nossa sociedade nos pedem o contrário. Parece difícil, não é?
A maneira como expressamos o nosso afeto aos que nos são próximos, e a maneira como deles cuidamos não deixa de ser um espelho do modo como cuidamos de nós. Se nem sempre estamos atentos às nossas necessidades, físicas e emocionais, estaremos menos aptos a dar-lhe uma resposta adequada. E aos poucos vamos perdendo o nosso bem-estar, muitas vezes, sem sabermos como é que isso sucedeu.
Acontece o mesmo nas nossas relações íntimas. Deixamos de ter tempo para estar com outro, e é fácil escondermo-nos atrás de uma rotina mecanizada que nos impede de obter prazer dos laços que nos unem. E neste prazer cabe o que se dedica à sexualidade, uma energia que abarca todas as esferas da nossa vida. Embora sem exclusividade, o afeto e a confiança que mantemos nas relações íntimas predizem a nossa satisfação e saúde sexual, que é afinal um direito de todos. E isto é independente das configurações relacionais que hoje têm lugar, e que vão muito além do casamento tradicional. Quando nos sentimos cada vez mais sozinhos, presos em rotinas isoladas por realidades virtuais, atrevemo-nos mesmo a dizer que a intimidade relacional passou a ser vista como último reduto da felicidade.
Por isso, que este dia nos relembre do que precisamos de fazer para estarmos mais próximos do que tanto almejamos. Para esta reflexão aqui ficam perguntas que poderá fazer a si próprio: Será que estou realmente a investir nas minhas relações? O que estou disposto a fazer para melhorar a minha relação amorosa? Estou a fazer tudo o que está ao meu alcance ou só estou à espera que os problemas se resolvam por si? Será que estou disponível para me aproximar de alguém? Será que me minto quando digo a mim próprio que não tenho tempo para relações, e afinal o que tenho é medo de me magoar novamente? Tenho receio de ser rejeitado, magoado novamente? Porque será que pareço não estar disponível para os outros?
Para melhorar a sua saúde sexual através de uma maior intimidade, aprenda a exprimir o que sente. E não só no âmbito das suas relações amorosas. Faça pequenos ensaios e exprima afetos. Ao parceiro, ao vizinho, ao dono do café onde vai, aos seus filhos. A vivência dos afetos faz-nos estar mais próximos da nossa humanidade. E é esta consciência que indubitavelmente nos entrelaça nas relações que nos fazem bem.
Fontes:
World Association of Sexology
Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica
Burnout e sexo…o que há de errado aqui?
Burnout e sexo…o que há de errado aqui? O síndrome de [...]
Casais que não têm relações sexuais
Falar de casais que não mantêm relações sexuais ainda hoje é [...]
A masculinidade do João
O peso dos mitos da sexualidade masculina “Quando não tenho vontade [...]