“Faz o que eu digo, não faças o que eu faço” — Costuma dizer-se que 9 em cada 10 portugueses já terá ouvido – ou proferido -, estas palavras em determinado momento da sua vida.
Quando se trata de educar os filhos, muitos pais recorrem a esta expressão como forma de veicular bons valores, mas será que é realmente eficaz? A verdade é que, ainda que seja importante falar sobre valores, a forma mais eficaz de os ensinar é, sem dúvida, por via do exemplo.
Ao longo deste texto exploraremos como é que a definição de valores pessoais e o comprometimento em agir em conformidade com os mesmos poderá enriquecer as suas práticas parentais e, até, a sua vida. Este texto destina-se a todos aqueles que procuram viver uma vida significativa e, de algum modo, contribuir positivamente para o crescimento de alguém. No fundo, todos nós estamos a crescer ao longo de toda a vida.
Valores são princípios que orientam as nossas escolhas e comportamentos, sendo exemplo a honestidade, compaixão, resiliência, respeito, responsabilidade, integridade ou lealdade. Estas “normas” são como uma forma de estar na vida, influenciando a forma como nos tratamos, aos outros e ao mundo em nosso redor.
Quando vivemos uma vida focada em objetivos, estamos naturalmente orientados para o futuro – para o que queremos atingir ou ter. Quando adicionamos os valores à equação, existe um movimento em direção ao presente, uma vez que estes estão sempre disponíveis e enriquecem as nossas experiências com um sentimento de significado e propósito. Agir em conformidade com os valores próprios é extremamente recompensador. Já se questionou porque é que tantas vezes dizemos “estava fora de mim”, quando agimos de forma contrária aquela que desejaríamos? Este desfasamento entre aquilo que valorizamos e o que fazemos provoca sensações desagradáveis, ao passo que a congruência entre o que dizemos e o que fazemos gera confiança na pessoa que somos e desencadeia um sentimento de realização.
Em que é que isto se relaciona, afinal, com práticas parentais?
Quando os pais vivem de forma coerente com os seus valores, os filhos terão uma maior propensão a internalizar esses mesmos valores e a agir em conformidade.
Por outro lado, colocar as “normas morais” em cima da mesa, pode ajudar o seu filho a desenvolver um forte sentido de identidade e de propósito. Saber quem somos e, por que nos regemos, é um fator protetor fundamental – as crianças que revelam este tipo de noção apresentam maior probabilidade de fazer escolhas alinhadas com os próprios valores, mesmo quando confrontadas com a pressão exercida pelos pares ou outros desafios.
Além disso, ensinar valores morais através do comportamento, do exemplo, também pode fortalecer a relação entre pais e filhos, na medida em que propicia a criação de uma base de confiança e respeito o que, por seu turno, promove um canal de comunicação aberto e uma dinâmica familiar positiva.
Uma boa forma de descobrir esta “bússola” individual é perguntar-se como é que gostaria de ser lembrado, como é que gostaria que o seu filho o lembrasse e que características suas teria orgulho que adotasse (mesmo que ainda não as domine)! Convidamo-lo a escrever algumas ideias e a partir para a ação. E lembre-se, não se trata de ser, ou parecer, perfeito, mas sim de, a cada dia, fazer o seu melhor para viver uma vida que o realiza.
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