O fracasso, tal como o sucesso, faz parte integrante da vida em algum momento e nem sempre é fruto da união de uma má ou insuficiente avaliação, com uma má decisão ou escolha precipitada. Todavia, pode ser fruto de uma enorme negligência quando descuramos estes dois elementos repetidamente: ausência de avaliação e escolha inacurada, e repetida por falta de valorização do tema em causa; sempre que algo não parece ser tão importante assim que lhe dediquemos um juízo mais aprofundado e decidimos quase por impulso.
Falta de disciplina ou persistência; ou mais grave ainda, por nos termos habituado a não ter consequências significativas pelo desleixo. Factos menores, resultados insignificantes! E aqui surge uma insatisfação acumulada. Deixei de fazer algo, pequenas coisas por não serem importantes, por poder passar sem elas sem grandes danos e elas agigantaram-se de um dia para o outro, numa vaga estranha de inquietude latente e altamente incomodativa.
As consequências daquilo que nunca vai ter muita importância não são imediatas, mas são cumulativas e mais cedo ou mais tarde vamos pagar um preço elevado por elas. A dieta que começa sempre amanhã, o último cigarro que só foi o último daquele dia, a aposta que tínhamos jurado não voltar a fazer e que se torna sempre a última antes da próxima, a atenção que tencionamos dar um dos nossos afectos e que na correria do dia a dia adiamos sempre para o dia seguinte, até que um dia nos apercebemos que já lá não estão, partiram, cansaram-se de esperar…
A ligeireza com que nos fluímos no desleixo é similar à subtileza com que a insatisfação se torna avassaladora!
Nada de grave aconteceu com a nossa omissão, com a nossa ausência de julgamento crítico sobre determinado tema e, portanto, continuamos alegremente a cometer os mesmos erros até que se tornam de facto perturbadores. E aqui coloca-se a questão:
Mudança de hábitos
E agora? O que é que eu tenho que fazer?
Lamentos e desculpas de nada servem se não forem um drive forte para nos fazer pensar no futuro em termos de acção. O envolvimento com as rotinas do quotidiano não podem servir de impedimento a uma paragem para pensar o futuro, aquilo que ainda é possível fazer para viver como se quer viver e se alcançarem os objectivos a que nos propormos; pois, desejos sem um plano de acção nunca se tornarão em objectivos e nunca nos levarão aos resultados ambicionados.
A imediatez do presente não pode servir nem de desculpa, nem de impedimento a uma boa reflexão sobre o que faz sentido e nos propomos alcançar. Mas isto requer disciplina e perseverança e o desenvolvimento desta disciplina requer tempo e, por vezes, mais do que isso, alguém que nos ajude a parar para pensar, nem que seja alguns minutos diariamente.
A constatação daquilo de que abdicamos ou que não fizemos deveria ser suficiente para conseguirmos disciplinar-nos, para conseguirmos corrigir os nossos erros, as nossas omissões, as nossas ausências, e assim mudar a nossa abordagem através de uma mudança de hábitos. E para que isto aconteça, temos que começar por alterar a nossa maneira de pensar, desenvolvendo uma nova atitude e novos hábitos. Demora? Claro que sim, mas vale sempre a pena.
O mais interessante nesta tomada de decisão de mudar alguns hábitos é a constatação rápida de que pequenas acções produzem efeitos muito significativos e gratificantes num prazo relativamente curto. Por vezes, surpreendentemente curto!
A alteração de pequenas rotinas produz resultados rapidamente e são os nossos melhores incentivos para prosseguir. O exercício físico que nos faz sentir mais leves e soltos; a dieta que nos faz sentir menos cheios e mais ágeis e a percepcionar resultados ao fim de uma ou duas semanas; o investimento na leitura de um livro diariamente ou somente uns momentos de reflexão ao fim do dia que se traduz em serenidade e nos torna mais confiantes; uma infinidade de pequenas coisas que nos vão dando prazer, bem estar, leveza e vontade de continuar a desenvolver novas rotinas, disciplinadamente.
O segredo está na mudança de pensamento que resulta numa mudança de atitude, mais positiva, e uma enorme vontade de investir na mudança de outros hábitos.
Ou suportamos o rigor da disciplina, ou a dor do arrependimento por não ter passado o tempo suficiente com os que amamos e são importantes para nós; por não termos perseguido os nossos objectivos; por termos ficado aquém do que sabemos e podemos fazer; por ter arranjado tantas desculpas para o que poderíamos ter feito e por não ter mantido uma atitude positiva na prossecução daquilo em que de facto acreditamos e que dá sentido à vida.
Se, e apesar de tudo, não o consegue fazer por si, então lembre-se que um coach pode sempre ajudá-lo a maximizar o seu potencial, acompanhando-o e agilizando o seu processo de mudança de hábitos, que o irão levar a novas atitudes e a alcançar o que quer e que é importante para si!
Repetimos o que não reparamos
We repeat what we don’t repair Christine Langley-Obaugh Encontrei [...]