Existe um pouco a ideia de que, para evitar pensar nas nossas emoções desagradáveis, o melhor é estar permanentemente ocupado. Dessa forma, estando a mente ocupada com outras coisas, não existe espaço para pensar naquelas emoções difíceis de sentir e, com sorte, até acabar por esquecê-las.
Se é verdade que uma mente ocupada é uma mente mais saudável, também é verdade que esconder ou esquecer emoções desagradáveis, não significa resolvê-las e, sobretudo, evitar que outras emoções também difíceis de sentir venham em sua substituição.
Os autores de um estudo desenvolvido na Universidade de Toronto, no Canadá, chegaram à conclusão de que os participantes que aceitavam os seus sintomas ou sentimentos “negativos”, experienciavam, a longo prazo, menos emoções desagradáveis, o que levava a uma melhor saúde mental, comparativamente com os participantes que ignoravam estes sentimentos e procuravam apenas ocupar os seus dias com outras atividades.
A supressão de emoções pode levar a stress físico no corpo e a outros efeitos negativos, como afetar a pressão arterial, a memória, a autoestima, entre outros. Por outro lado, a aceitação dessas emoções pode melhorar, substancialmente, o bem-estar psicológico.
As nossas emoções não estão sob o nosso controlo consciente, visto que estas se originam numa secção do cérebro que não é controlada conscientemente.
A maior parte das pessoas tende a seguir a ideia, por vezes apreendida de forma inconsciente, que quando existe uma emoção desconfortável, esta deve ser ignorada. Ora, a ciência demonstra que, para nos sentirmos melhor a nível psicológico (e físico), precisamos de aprender a identificar estas emoções, perceber a sua natureza e saber trabalhar com elas, de forma que deixem de ser um peso negativo na nossa consciência e passem a ser mais um contributo na nossa contínua lição de vida.
Desafio para aceitar as emoções?
É importante termos momentos de reflexão, num local relaxante, que nos permita perceber o que temos vindo a sentir, quais as suas causas e, a partir daí, definir um caminho para a sua resolução/aceitação. Esta aceitação e educação sobre as emoções pode ser facilitada através, por exemplo, da psicoterapia, do mindfulness, ou da meditação. Desta forma, não só resolveremos o que nos preocupa hoje, como também estaremos melhor preparados para resolver aquilo que nos vier a preocupar no futuro.
Vamos parar para sentir?
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Muito bom artigo
Interessante! Obrigado
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