Ninguém gosta de perder, o que é humano, mas sem perder, também não se ganha! É a vida!
A perda é tratada exaustivamente na arte e na vida e é sempre vista negativamente; conota-se com saudades, com ausência, com falta de algo ou de alguém que se afigura imprescindível à continuação do bem-estar e até da própria vida, mas quase nunca ninguém a encara como uma oportunidade de reflexão, de mudança de hábitos, de crescimento e, essencialmente, de aprendizagem.
Por outro lado, há algo que a maioria das pessoas não se importa de perder: tempo!
Pois foi exatamente perda de tempo o tema que me invadiu logo de manhã, ao acordar.
Até porque dormir não é uma perda de tempo, mas ficar na cama a olhar para o tecto, sem nenhuma reflexão útil, até pode ser.
Já percebeu quanto tempo perde, realmente, no seu dia, e quanto tempo investe em actividades que considera perdas de tempo e que podem ser bons investimentos?
Vou só nomear algumas e vamos ver se acerta:
- Redes sociais
- Chats
- Telefone
- …
Isso mesmo! Facebook e similares podem só satisfazer a sua curiosidade, mas geralmente não são um bom investimento, a não ser que seja um gestor de página de empresa. Satisfaz a sua cusquice, põe-no a par das últimas novidades, modas e eventos de toda a espécie e para todos os gostos, mas para a maioria dos mortais é uma perda efectiva de tempo e uma dispersão total. Até porque, ao dar-lhe uma sensação de integração e de ter muitos amigos, rapidamente percebe que só tem alguns “gostos” e alguns comentários, que lhe afagam o ego, mas que pouco mais lhe trarão quando realmente precisar.
Já não digo o mesmo do Linkedin, que tem um cariz profissional, o mantém actualizado e o faz alimentar um network que é indubitavelmente uma mais valia e pode ser um ótimo investimento.
E esta análise poderia continuar nas outras redes sociais, na certeza, porém, que depende sempre de como as usa e com que propósito o faz; scrolling up and down indefinidamente versus uma rentabilização com um fim produtivo em vista.
Os chats, telefone – ou melhor dizendo, telemóvel – e email são também muito controversos em termos de utilização e de tempo. Discute-se se se deve ter um ou dois telemóveis, pessoal e profissional; se se deve ter o chat aberto enquanto trabalhamos no computador; quantas vezes se deve ver o email durante o dia e quantas caixas de mail são aconselhadas (pessoal, profissional…. e ainda um terceiro só para os amigos)… e a lista parece cada vez mais longa, à medida que se vão inventando variantes e novas redes sociais.
Não há receitas, mas o bom senso também não chega; até porque bom senso é algo atrozmente subjectivo e depende de cada um, ainda que eu ache que está em vias de extinção, em tempos muito voláteis, ambientes cada vez mais complexos e ambíguos e conjunturas onde cresce a incerteza a olhos vistos.
E daí surge a pergunta: e agora? Como é que eu sei se estou a perder tempo?
Não há receitas, mas há especialistas em produtividade e em gestão de tempo. Todavia, creio não ser tão difícil perceber se está a perder tempo, ou se está a investir: basta medir o retorno das suas acções em termos da sua satisfação real, e de proveitos. Senão, o melhor mesmo é consultar um especialista na matéria!
E, já agora:
Repetimos o que não reparamos
We repeat what we don’t repair Christine Langley-Obaugh Encontrei [...]