“ O pânico é um súbito abandono de nós próprios, e a submissão ao inimigo que é a nossa imaginação”
Christian Nevell Bovee
“Acordei a meio da noite com um aperto no peito e falta de ar…Pensei que estava a ter um ataque cardíaco? Pensei: Será que vou morrer? Fui ao Hospital e disseram-me que tinha tido um ataque de pânico. A partir desse dia fiquei com medo de voltar a ter outro”.
Mas afinal o que é um ataque de pânico?
Um ataque de pânico é uma experiência dolorosa que deixa marcas permanentes na vida de um indivíduo. Corresponde a um período de medo ou desconforto intenso, tem um início súbito e atinge rapidamente o seu pico (normalmente em 10 minutos ou menos). É frequentemente acompanhado por uma sensação de perigo ou catástrofe iminentes e um impulso de fuga. Surge, normalmente, associado a pelo menos 4 dos seguintes sintomas:
- Palpitações, batimentos cardíacos ou ritmo cardíaco acelerado;
- Suores;
- Estremecimentos ou tremores;
- Dificuldade em respirar;
- Sensação de sufoco;
- Desconforto ou dor no peito;
- Náuseas ou mal-estar abdominal;
- Sensação de tontura, de desequilíbrio, de cabeça oca ou de desmaio;
- Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sentir-se desligado de si próprio);
- Medo de perder o controlo ou de enlouquecer;
- Medo de morrer;
- Parestesias (entorpecimento ou formigueiro);
- Sensação de frio ou de calor.
Podem distinguir-se 3 tipos de ataque de pânico:
Inesperados – os que ocorrem espontaneamente, sem nenhuma razão evidente. Ou seja, “vindo do nada” que não conseguimos associar a uma situação ou a um lugar específicos.
Situacionais – os que são desencadeados por uma ocorrência ou na antecipação de uma situação específica (por exemplo, uma pessoa com fobia social que tem um ataque de pânico ao iniciar ou ao pensar numa situação em que tem que falar em público).
Situacionalmente predispostos – semelhantes aos anteriores, a diferença é que ocorrem ocasionalmente e podem, embora nem sempre, surgir imediatamente após a exposição à situação temida (por exemplo, uma pessoa que tem medo de voar, pode apanhar um avião sem ter, de imediato, um ataque de pânico, podendo, no entanto, este surgir após se ter iniciado o voo).
Os que já experienciaram uma destas situações e os que eventualmente possam vir a vivê-las serão certamente assolados por dúvidas e questões cujas respostas e ajudas, a Oficina de Psicologia, através dos seus profissionais está apta a disponibilizar.
Autora: Cláudia Pereira
Referências Bibliográficas:
American Psychiatric Association (2002). DSM-IV-TR: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (4.ª ed., texto revisto, J. N. Almeida, trad.). Lisboa: Climepsi Editores, trabalho original publicado em 2000