Sucesso e felicidade
A felicidade é uma vantagem! Shamn Achor, autor do livro The Happinness Advantage, revela vários estudos e pesquisas que mostram que o caminho para o sucesso é ser feliz! Isto é, ser feliz leva ao sucesso, e não o contrário.
Apesar de ser um dos objetivos mais amplos do Homem, continuamos a colocar vários obstáculos no caminho. Vamos ser felizes? Sim! Quando? Quando tivermos 18 anos, tirarmos a carta, quando casarmos, quando acabarmos o curso, e tivermos o primeiro trabalho, quando ganharmos mais, comprarmos uma casa nossa, tiver filhos, quando formos viajar para o outro lado do mundo, quando tiver a conta poupança recheada, quando me reformar, quando…?
Enquanto seres com o córtex pré-frontal bem desenvolvido, cada vez que atingimos certa meta, tentamos rapidamente ultrapassá-la e colocamos outro problema para resolver. Por isso não é de estranhar que estejamos sempre embrenhados em um qualquer problema. Se a felicidade está no outro lado do sucesso, então será muito difícil conseguirmos ser felizes.
Tendo em conta que o nosso mundo externo só consegue predizer 10% da nossa felicidade a longo prazo, os outros 90% tem a ver com a forma como olhamos para o mundo à nossa volta.
Segundo estudos e pesquisas, o autor concluiu que o cérebro ao funcionar de um modo positivo tem um melhor desempenho do que se funcionar num modo neutro ou negativo – o que ele chama de vantagem da felicidade. O autor refere que o cérebro positivo é cerca de 30 % mais produtivo, e ainda que apenas 25% do sucesso no nosso trabalho depende da nossa inteligência, os outros 75% do sucesso profissional são previstos pelos níveis de otimismo, suporte social e capacidade para ver os problemas como desafios e não como ameaças.
A nossa atitude perante as situações influencia não só a forma como lidamos com as mesmas, mas também os seus resultados. O efeito Pigmaleão ou o efeito placebo são alguns dos fenómenos que explicam o valor das nossas expectativas, e como elas influenciam os resultados. O autor descreve o efeito Tetris: padrões mentais que o nosso cérebro está habituado a utilizar – se procurarmos apenas o negativo, o errado, a nossa mente vai continuar a fazê-lo automaticamente, e o mundo parece-nos ameaçador. A forma como interagimos com o mundo programa o cérebro para o ler dessa forma. E tendemos a não perceber o que não estamos à procura, por isso podem perder-se muitas oportunidades. Claro que um lado pessimista também tem as suas utilidades, afinal alerta-nos para as dificuldades que podem surgir no caminho. Mas se as expectativas devem ser realistas, não devem ficar aquém das nossas crenças limitadoras. Se assim fosse, ficaríamos resignados com o facto de não voarmos, e não teríamos criado o avião para nos satisfazer esse desejo “inalcançável”.
Se a realidade é relativa, e a forma como lemos e interpretamos o mundo pode ser moldada, porque não torná-lo mais brilhante?
O autor descreve alguns hábitos que tornam o cérebro mais positivo, e nos trazem um sentimento de bem-estar mais profundo:
- Listar 3 coisas novas diariamente, pelas quais sentimos gratidão – o cérebro começa a criar um padrão de procurar pelo positivo.
- Escrever sobre uma experiência positiva no último dia – permite reviver as emoções positivas dessa situação; ou antecipar uma atividade prazerosa – aciona os centros de prazer do cérebro quase tanto quanto praticar a própria atividade!
- Meditar – ajuda-nos a aumentar a concentração, reduz o stress e potencia sentimentos de contentamento.
- Exercício físico – ensina o cérebro que o nosso comportamento também é importante, para além da libertação de endorfinas que levam ao sentimento de bem-estar.
- Atos aleatórios de bondade – mas conscientes de que os estamos a fazer, contribuem para sentimentos positivos e para a sua saúde mental.
- Gaste tempo nas suas habilidades – quanto mais utiliza os seus pontos fortes no dia-a-dia, mais sentimentos de realização e bem-estar sentirá.
- Invista na sua rede social de apoio – estar com pessoas que nos fazem sentir bem, que nos apoiam, é fundamental para a saúde mental e é um ótimo preditor da felicidade.
Vamos ser mais felizes?
Achor, Shawn (2011). The Happinness Advantage. Ebury Publishing, London.
Cérebro Pipoca
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