Cada vez mais se ouve falar em Coaching e hoje em dia já ninguém se envergonha de dizer que tem um coach, tornando-se quase motivo de orgulho poder trabalhar com um coach.
O coaching é uma profissão e o coach vai ajudá-o a alcançar os seus objectivos e o seu desenvolvimento pessoal, uma melhor tomada de decisão através de um pensamento mais claro e esta clareza de pensamento vai tornar todo o processo mais leve e mais fluído.
A tendência é que o coaching saia do seu nicho de especialização em escolas de coaching e que o ensino se alargue às universidades. Creio, todavia, que a falta de regulamentação a nível nacional, e mesmo internacional, e a falta de medidas fortes por parte de organizações reconhecidas, como é o caso da ICF – Internacional Coach Federation – para profissionalizar o coaching, juntamente com todas as confusões e anexações que têm sido feitas a outro tipo de práticas, tem gerado uma onda de desconhecimento sobre o coaching e denegrido a imagem de muitos dos seus profissionais.
Ora vejamos:
– A proliferação de escolas que formam coaches, e muitas de qualidade questionável, é absolutamente assustadora; além de que as formações e certificações que oferecem são muito díspares em termos de programas e até de duração dos mesmos;
– as universidades já começaram a oferecer programas de coaching; por exemplo, pós-graduações, o que também encarece a formação dos coaches;
– a investigação ainda está no seu início, mas acredito que irá ter um enorme impacto no reconhecimento da profissão e na perceção que irá ter junto dos clientes. Aliás, refira-se a qualidade dos relatórios emanados anualmente pela ICF.
– as terapias, essencialmente psicologia e psicoterapia oferecem práticas que se aproximam muito das abordagens de coaching, ou com pontos de contacto (por exemplo, mindfulness), o que irá provocar alterações significativas num futuro próximo.
Face a tudo isto, coloca-se a questão: E o que vai acontecer ao coaching nos próximos 3 a 5 anos?
– Em primeiro lugar, o mercado irá fazer a selecção natural, sobrevivendo os coaches profissionais altamente qualificados e profissionais;
– com o alcance da idade da reforma pelos Baby-boomers, os Millennials irão estar à frente das organizações com novas ideias e novos tipos de liderança, onde o trabalho com um coach fará cada vez mais sentido;
– os líderes dentro das organizações irão desenvolver competências de coaching e aqui refiro-me a gestores, professores e formadores, entre outros;
– o ensino do coaching vai fazer a deriva das escolas para as universidades, com todos os custos inerentes, e a investigação irá desenvolver-se e estabelecer-se numa base científica;
– a regulamentação vai surgir naturalmente, com o coaching a ser considerado uma profissão, sujeito a códigos de ética e a exigências por parte das entidades regulamentadoras, com benefícios para coaches e clientes (coachees) ao garantir qualidade dos serviços prestados e dos seus profissionais;
– o coaching online será a norma, com uma proliferação de webinars e com as sessões a serem tendencialmente mais curtas e visando em objectivos muito específicos. Por outro lado, os coaches poderão oferecer os seus serviços a nível internacional, de acordo com as suas competências e conhecimentos de línguas.
E, por fim,
– o crescimento imperativo do mentoring e da supervisão certificados, para responder à especialização dos coaches e à necessidade de avaliação.
As vantagens que daqui advêm são muito significativas tanto para coaches, como para coachees:
– Coaches profissionais, qualificados e certificados;
– qualidade do coaching, em que a escolha de um coach far-se-á pela especialização do coach e pelas suas competências culturais e a nível de línguas;
– credibilização da investigação, demonstrando os resultados do coaching e potenciando o seu desenvolvimento;
– os clientes poderão ter coaches bilingues e com competências multiculturais.
O desafio para os coaches também vai aumentar, com:
– necessidade de formação contínua a nível não só do desenvolvimento das suas competências tradicionais em coaching, mas também em línguas, multiculturalidade e mesmo em neurociências;
– investimento na sua actualização e educação, bem como necessidade de ter um mentor ou supervisor;
– adesão às normas e regulamentação dos países onde prestam os seus serviços.
E se actualmente já se reconhece o coaching como profissão e os líderes procuram desenvolver as suas competências em coaching, fruto do surgimento de novos tipos de liderança nas organizações, o futuro próximo irá garantir o seu desenvolvimento desde a formação dos seus profissionais no ensino superior, a investigação nas universidades e o desenvolvimento e crescimento de mentoring e supervisão de coaching.
No fundo, tudo boas notícias, num mercado altamente competitivo e em crescimento.
Coach: o grilinho consciência
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