Na adolescência, as férias do Verão guardam muitas vezes momentos doces no coração… Livres da pressão do estudo, da rigidez do horário das aulas e das actividades extra-curriculares, os jovens sentem-se disponíveis para aproveitar o calor, a praia, os programas com novos amigos, a liberdade extra que os pais lhes parecem dar e… para os amores de Verão! Vividos de forma intensa, os amores de Verão são experienciados por muitos adolescentes de modo ambivalente. Termina o Verão, onde fica a paixão?
Se por um lado a disponibilidade convida ao envolvimento, por outro, a antecipação de um afastamento forçado provoca alguns receios. O regresso a casa após as férias é frequentemente vivido entre lágrimas de saudades de quem se “deixou para trás” há poucas horas. E para os pais, que a tudo assistem com estranheza, as dúvidas sobre como reagir começam a pairar…
Naturalmente, é importante que não sejam os pais a decidir se o amor de Verão se prolonga pelas restantes estações do ano, mas o seu apoio pode ser determinante no equilíbrio do adolescente. Mostre-se disponível para apoiar o seu filho naquilo que ele sentir precisar (um colo onde chorar, um ombro onde descansar em silêncio, uns “ouvidos” para o escutar sem julgamentos…). Acima de tudo, transmita que está presente para o que ele necessitar. Evite criticar o que, para si, adulto com maior capacidade de regulação emocional, podem parecer reacções exageradas. Em simultâneo, não desvalorize aquilo que o seu filho diz estar a sentir. Para ele, o que sente é bem real e de grande importância, sendo por isso importante que respeite e leve a sério os seus sentimentos – desvalorizá-los com afirmações como “ainda és muito novo” ou “isso passa rápido” fará com que ele se sinta ridículo e possa começar a recear exprimir os seus pensamentos e sentimentos.
Ver um filho sofrer por um amor de Verão pode ser doloroso para os pais. Mas lembre-se de que, independentemente do rumo desses amores, eles funcionam como “tubos de ensaio” onde se experimentam formas de estar, de reagir, de regular o comportamento e as emoções, onde se aprende a reflectir e a gerar soluções. Ou seja, destas “crises” também emerge a oportunidade de crescer.
O meu filho é tão “picuinhas” e cheio de “manias”… Será uma Perturbação Obsessivo Compulsiva?
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