O diagnóstico de uma perturbação de personalidade na adolescência é controverso. De um modo geral, a resistência a fazer o diagnóstico de uma perturbação de personalidade decorre da dificuldade em se distinguir entre o que são sintomas/sinais de alerta de uma perturbação de personalidade e aquilo que poderá ser o comportamento típico de um adolescente, com todas as oscilações próprias e, por outro lado, pela personalidade do jovem ainda estar em desenvolvimento, podendo o diagnóstico tornar-se estigmatizante. Ainda assim, valerá a pena esperar pelo dia do 18.º aniversário para se intervir, aguardando que características disfuncionais se cristalizem e aumentem o sofrimento do próprio e dos que o rodeiam? Apesar da controvérsia, o consenso vai emergindo no que diz respeito à identificação de sinais de alerta na adolescência, nomeadamente da perturbação de personalidade borderline.
De acordo com a American Psychiatric Association, a perturbação de personalidade borderline é caracterizada por padrões duradouros de desajustamento e instabilidade nas relações interpessoais, identidade, controlo de impulsos e regulação emocional.
Aquilo que poderá ser considerado perturbação de personalidade borderline na adolescência, ou pelo menos sinais de risco para o desenvolvimento da referida perturbação, manifesta-se por: desregulação comportamental (sob a forma, por exemplo, de impulsividade e auto-mutilações) como tentativa de regulação de emoções; dificuldades nas relações interpessoais, marcadas com frequência pelo medo de abandono; dificuldade na regulação das emoções, com humor marcadamente reactivo; desregulação cognitiva com presença de crenças irracionais, como “não mereço ser amado”; e confusão quanto a identidade, sentimentos e valores próprios (Aguirre, 2007).
Se estas características se prolongam no tempo, estando presentes de forma intensa na maioria dos dias, acarretando um elevado sofrimento para o adolescente e comprometendo diferentes áreas da sua vida, poderá ser útil consultar um profissional de saúde, como um psicólogo, para que possa ser realizada uma avaliação mais detalhada e delineadas formas de diminuição do desconforto psicológico do adolescente.
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