A atenção é um competência exigida hoje em dia a todos nós, principalmente às crianças!
As mais simples atividades exigem atenção para resultarem bem e não conseguir manter níveis de atenção voluntária, implica que a criança terá mais dificuldade a nível académico, comportamental, na relação com os outros e na gestão das próprias emoções. Para além disto, a investigação tem encontrado uma relação entre estas dificuldades e uma baixa auto-estima e ansiedade, muito prejudiciais ao desenvolvimento saudável de qualquer criança.
Por isso, aprender a ter a algum controlo sobre a atenção não está apenas na moda, nem deve representar mais uma ordem que dizemos da boca para fora (quando a criança já não tem atenção aos trabalhos de casa), mas como algo essencial que devemos estimular nas crianças, para seu maior bem-estar e sucesso na definição do seu caminho de vida.
Porém, será que sabemos o que está realmente envolvido quando a criança presta atenção? A verdade é que não é tão simples como estar e olhar, implicando além disso algum auto-controlo e o desenvolvimento de capacidades adicionais, como:
– Conseguir ignorar informação irrelevante exterior: implica não responder a outros barulhos ou estímulos à volta (muitas vezes não podemos retirar tudo e é importante que a criança conviva com isso).
– Conseguir ignorar informação irrelevante interna: Esquecemos que muitas vezes o ruído não é apenas externo, mas também interno com os pensamentos e emoções a desviar constante
mente o foco da atenção.
– Ser ativa no processo de procura de memórias que ajudem naquela situação: Estar atenta implica que a criança consegue aceder a informação importante para o que está a acontecer, “pesquisando” na sua memória.
– Lidar com alterações emocionais/ regular essas emoções: Sabemos que muitas vezes controlar a nossa atenção implica lidar com alguma frustração, irritação ou ansiedade sem que estas tenham impacto tão marcado no nosso desempenho. O mesmo é válido para a criança.
– Ter um propósito: A atenção voluntária nasce do reconhecimento da importância da tarefa e o estimular da motivação da criança para se envolver nela.
Saiba mais sobre o nosso grupo Mindful Kids carregando aqui
Tendo em conta todas estas componentes o mindfulness é uma das estratégias ideais para ajudar a crianças a desenvolver (mais) a sua capacidade atencional, de uma forma simples, acessível e que pode até ser partilhada em família e aplicada na escola.
Aqui ficam algumas dicas:
- Se os estímulos em volta da criança a perturbam, ajude-a a concentrar-se nesses estímulos alguns segundos (p.e. ouvindo os sons, olhando em volta…) com atenção ao que a rodeia. Isto ajudará a que se tornem mais familiares e a que a criança esteja mais consciente do resto.
- Se o problema são os estímulos internos (e nota p.e. que a criança está perdida em pensamentos) pode ajudá-la falando sobre eles, pedindo que imagine que eles podem ir embora numa bola de sabão ou escrevendo num papelinho para refletir mais tarde.
- Para estimular o envolvimento na tarefa e recuperação de memórias, ajude a criança a refletir em voz alta, com calma e dando-lhe tempo.
- Se nota que existe alguma ativação emocional, ajude a que a criança reconheça essa emoção, perguntando o que sente no corpo, que pensamentos causam isso e ajude-a a fazer um curto exercício de respiração até estar mais tranquila. Desta forma, a sua mente estará mais disponível e atenta.
- Fale com a criança sobre as tarefas que faz, não assuma que ela sabe o seu objetivo. Reflitam sobre o que a motiva ou não e seja o seu exemplo nesta reflexão.
Estas são algumas formas simples de aplicar um pouco de mindfulness, para um pouco mais de atenção na vida do seu filho! [leia o nosso artigo sobre um pequeno cérebro zen]
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