Certamente tem memórias agradáveis sobre o seu passado e outras menos agradáveis. Invoque uma memória agradável da sua infância … será essa memoria um registo fidedigno desse acontecimento? Essa memória é igual à memória que tinha desse acontecimento quando tinha 20 anos?
Afinal do que falamos quando falamos de memória? A memória é mais do que um vídeo ou uma fotografia de momentos passados. A memória é um processo de reconstrução e procura de significado de quem fomos e de quem somos e o que queremos ser; dá-nos a sensação de coerência e identidade.
Como se forma uma memoria? A memória, na sua essência, é um padrão neuronal do passado que tem de ser ativado para que nos lembremos. Quando estamos a viver uma experiência há determinados padrões no nosso cérebro que são activados. Por exemplo vai a um jantar de aniversário de um amigo. Há determinadas experiências como a conversa com uma amiga que não via há muito tempo, o sabor maravilhoso do café e do bolo de chocolate que vão activar padrões neuronais e constelações de associações neuronais. Estas configuram neurónios que são activados e associados a outros neurónios numa rede específica. Depois cabe ao hipocampo activar estas constelações até que a memória do jantar se fixe e esteja estabelecida. Os neurónios que são activados ao mesmo tempo formam ligações mais fortes entre si.
Uns meses mais tarde entra numa pastelaria e come um bolo de chocolate igual ao que comeu no jantar. Esta experiência vai activar a constelação associada e de repente lembra-se do jantar de aniversário. Será esta memória igual ao acontecimento (jantar)? Na verdade a memória não é um estado fixo e imutável mas um processo dinâmico de reconstrução com base no conhecimento, valores, experiências, objectivos. Vamos acrescentando, subtraindo, reorganizando e actualizando informação a essa memória e dando novos significados.
Ao fim de um tempo a memória do jantar pode começar a esbater-se. Não porque com o tempo perdemos a memória mas porque outras memórias se formam e neurónios são utilizados em diferentes constelações. Os neurónios utilizados nas memórias antigas vão ser chamados a formar novas constelações que são activadas. Talvez por isso é que dizemos que perdemos a memória com o passar do tempo mas o que na realidade acontece é que com o tempo aumenta o número de memórias e por isso algumas esbatem-se.
Serão as memórias apenas sobre o passado?
As memórias permitem-nos contar uma história sobre quem fomos, quem somos e quem seremos no futuro. É verdade as memórias permitem-nos projectar no futuro de forma a aprendermos, melhorarmos e nos adaptarmos com base em experiências passadas que lembrarmos. A lembrança do passado permite imaginar como será a experiência de amanhã, o que precisamos mudar, para nos adaptarmos e evoluirmos.
“Memory is the selection of images; some elusive; others printed indelibly on the brain. Each image is like a thread…each thread woven together to make a tapestry of intricate textures. And the tapestry tells a story. …But the truth changes color depending on the light. And tomorrow clearer than yesterday” Eve’s Bayou filme de Kasi Lemmons
Diga-me o que pensa e dir-lhe-ei se é ansioso
Quando há ansiedade, os pensamentos costumam andar à volta de temas [...]
Consideramos extremamente oportunas e importantes as informações que temos a oportunidade em alcançar com vossas informações, sempre muito técnicas e objetivas. Somos imensamente gratos e auguramos sucesso crescente ao vosso trabalho,
assim como um Novo Ano repleto de bons propósitos e resultados.
Cordialmente.
Luís Fernando Cecato e Priscila Ciasca
Terapeuta em Dislalias / Psicóloga Gestalterapeuta
Obrigada, colegas! :) Bom ano para vós também!
Abraço