Da paixão à exaustão: as 12 fases do Síndrome de Burnout
No início está motivado/a para realizar bem o seu trabalho, e naturalmente quer desempenhar bem as suas funções. Existe um entusiasmo por aquilo que faz, tudo faz sentido, e quer destacar-se pela sua dedicação. O empenho é cada vez maior, e as horas, os pensamentos, as energias são todas dedicadas ao trabalho. Seja pela pressão da empresa ou da família, o seu próprio perfeccionismo, o nível de exigência que as tarefas acarretam, tudo conduz a que mergulhe tão profundamente no trabalho, que acaba por ficar sem energia para tudo o resto, incluindo e principalmente, para si próprio/a.
Conheça as 12 fases do Síndrome de Burnout:
- A necessidade de afirmação.
“Eu vou ser um bom profissional e por isso irei destacar-me.”
Fase do enamoramento, da conquista, da ambição. Necessidade de provar que é capaz. Estar sempre disponível para assumir mais responsabilidades.
- Trabalhar arduamente.
“Vou fazer mais e melhor. Nem que caia para o lado.”
Elevam-se as expectativas, para mostrar o seu valor ou enquadrar-se na organização. Existe uma dedicação intensa ao trabalho. Não consegue desligar-se do trabalho.
- Desleixo das suas próprias necessidades.
“Não tenho tempo para dormir, nem para comer.”
Todas as forças são direcionadas e concentradas no trabalho, por isso deixa de ter energia e tempo para a família e vida social. Necessidades básicas como alimentar-se, dormir, exercitar-se são desvalorizadas.
- Distanciamento dos conflitos.
“Não há nada a fazer, tenho que trabalhar.”
Existe a percepção de que o que é feito não é devidamente recompensado. Conscientes de que algo não está bem, a origem do problema é muitas vezes ignorada. Uma crise interna, derivada de factores emocionais e desgaste laborar, que gera ansiedade. Os primeiros sinais físicos aparecem.
- Revisão dos valores.
“O trabalho é a coisa mais importante na minha vida, o resto não existia se não fosse o trabalho.”
Enquanto as necessidades básicas são deixadas de lado, o sistema de valores pessoal mistura-se com o sistema de valores da empresa. A motivação, energia e sensibilidade deixam de existir, substituídos por frieza, apatia, indiferença e desinteresse. As coisas que antes davam prazer, agora deixam de ter importância.
- Negação dos problemas emergentes.
“Se todos trabalhassem como eu, isto estava muito melhor!”
Aumenta a intolerância com os outros, os colegas são acusados de serem preguiçosos e não trabalham tanto quanto deveriam. A vida social deixa de agradar. A comunicação com os outros torna-se agressiva, cínica e sarcástica. A justificação dos problemas é a pressão e volume de trabalho.
- Isolamento.
“Estou farto/a de pensar nos outros! Tenho de pensar é em mim.”
Evita-se a vida social, vista como um desgaste permanente. Álcool, drogas ou outras substâncias de substituição, podem ser usadas como escape para aliviar o stress e continuar a fazer o trabalho bem feito. Sentimentos de esperança e direcção na vida deixam de existir.
- Mudanças comportamentais visíveis.
“Estou no meu limite!”
Os outros à volta reparam e ficam preocupados com as atitudes. A realização profissional deixa de existir.
- Despersonalização.
“Não sou obrigado/a a fazer mais do que a minha obrigação.”
Tudo deixa de ter importância, nós, os outros o mundo. A visão da vida fica reduzida, vive-se para fazer as coisas mecanicamente, porque tem de ser.
- Vazio interior.
“Não tenho mais forças. Não me apetece mais.”
Existe um sentimento de insatisfação e desamparo. Não existe mais realização pessoal. Comportamentos desadequados e exagerados podem surgir para preencher essa lacuna (consumo de substâncias, compulsões, vícios).
- Depressão.
“Não vale mais a pena.”
A exaustão, desesperança, indiferença, sentimentos de desvalorização, sentimento de que não temos importância. O sentido da vida, das coisas e dos outros não tem mais propósito.
- Síndrome de Burnout.
Colapso físico e emocional. Não existe mais forças nem motivação para tentar. Opta-se por baixa médica, demissão. Desespero leva a pensar que o suicídio pode ser uma solução para escapar ao sofrimento.
Se reconheceu que pode estar em alguma destas fases, procure travar a espiral. Mudanças no estilo de vida, adequar as expectativas, organizar o tempo e gerir o stress através de prática de exercício físico e rotinas de relaxamento. Se está a ter dificuldades em colocar em prática algumas mudanças, procure um especialista em saúde mental, na Oficina de Psicologia, agora também em Setúbal.
Abrir caminho para as emoções
Abrir caminho para as emoções Imagine esta situação: O seu melhor [...]