Emoções, para que vos quero?

Tempo de Leitura: 3 min

Emoções para que vos quero

Aqui vai encontrar uma possível explicação para a dificuldade que tem em mudar.

1. Aposto que tem recebido uma inundação de mensagens que utilizam palavras como:

mudança, bem-estar, crescimento pessoal, hábitos

E, algumas vezes, acompanhadas de uma mensagem bem apetecível:

mude para o melhor de si

alcance o seu bem-estar

sou facilitador do seu crescimento pessoal

mude hábitos, mude de vida

2. Agora, com o entusiasmo ao rubro e com a crença de que “É hoje que vou mudar” compra o cocktail mágico que pode variar entre:

  1. faça A+B+C e vai conquistar D
  2. todos os dias esforce-se por mudar um aspecto pequeno da sua vida, vai ver o grande impacto da mudança que começará a nascer dentro de si
  3. se a tristeza está a tingir os seus dias, está nas suas mãos pintar com uma nova palete de cores através deste pacote de 10 sessões sobre como colorir a vida com emoções positivas

3. Ao fim de poucas semanas, altíssima probabilidade de continuar a ter os mesmos comportamentos e hábitos.

Começa um novo ciclo de frustração, de acreditar que lhe falta força de vontade, que afinal é diferente das outras pessoas e que não consegue perceber como alcançar maior bem-estar!

Bem-vindo ao mundo isto de ter pessoas a quererem mudar-me comportamentos e hábitos, sem nunca terem estudado a função das emoções dá m**** 
ou numa versão mais moderna
#nãomequeirammudarsenãosabemoqueestãoafazer
#saúdeeemoçõesandamdebraçodado
#seestásaflitoprocuraumpsicólogo

4. Chegou a hora de ir falar com quem sabe mais sobre mudança comportamental (a.k.a. psicoterapeuta)

Porquê um psicoterapeuta, se o que quer é mudar comportamentos ou sentir-se melhor?
Simples, e vou-lhe explicar de que forma as emoções são tão importantes na mudança do comportamento, da mesma forma que o faço com os meus clientes em consulta
“nós não fazemos ou sentimos de determinada maneira o mundo porque somos tontos, fazemo-lo porque foi a melhor forma que encontrámos para sobrevivermos desde pequeninos até aos dias de hoje…”.

Do que estamos então a falar quando falamos de um comportamento aprendido que responde a uma emoção (ou várias)? Veja esta infografia onde encontrará um comportamento de baixa energia associado a um ciclo depressivo.

Emoções e depressão

Se quer ajuda, fale comigo

Como viu a mudança não se presta a facilitismos e é preciso perceber a complexidade para saber que uma mudança eficaz e rápida implica que se perceba o que se está a fazer. Existem pelo menos três tipos de vivências emocionais, neste processo total:
emoções primárias adaptativas, emoções primária desadaptativas e emoções secundárias

Grande parte disto acontece fora da sua consciência. Por exemplo, aquele esquema principal de vergonha/medo desadaptativos do lado direito da imagem que é activado, evoca uma visão de si depressiva (como fraco/ou insuficiente) que por sua vez foi formada através de aprendizagens feitas ao longo da sua vida.
Ao mesmo tempo, os pensamentos e memórias que surgem associados são tendencialmente sobre acontecimentos precoces na sua vida e não tanto sobre a situação que despoletou o ciclo.

Para modificar esta situação, de forma duradoura, é importante reformular este processo emocional desadaptativo, transformando as crenças sobre si e sabendo que pode ter emoções e comportamentos que lhe são mais úteis e adaptativos.

Dado que o seu comportamento é resultado de uma vivência emocional, que responde às suas necessidades, enquanto não sentir uma emoção diferente não será capaz de agir de forma diferente.

Nuno Mendes Duarte
Nuno Mendes DuarteDirector Clínico
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta
2017-08-25T09:49:24+01:0025 de Agosto, 2017|
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