O equilíbrio da balança não está na soma das partes
Sabia que um mais um não é igual a dois mas sim igual a três? O um retrata cada uma das pessoas com a sua individualidade, sendo que o três é o resultado da união dos dois, ou seja, a união do casal.
O três é o elemento resultante da fusão entre a paixão (o romance, a atração sexual), a intimidade (natural partilha de emoções e sentimentos) e o compromisso (escolha pelo relacionamento, estabilidade da relação e não pela razão de cada um dos elementos).
É necessário construir esta terceira identidade, o nós, a qual surge de um ajustamento entre duas personalidades cada um com a sua singularidade.
Sabia que a razão pode ser de(terminar) a relação? Ser sua inimiga?! Quando insistimos demasiado na razão, ela pode ser promotora da separação na medida em que pode comprometer a constância, o equilíbrio do casal. A razão de um, pode não ser a razão do outro, tudo depende das nossas experiências, dos nossos valores, necessidades, da forma como vivemos e da importância que damos a cada uma das situações. É importante não nos agarrarmos demasiado às nossas experiências e estarmos abertos a ouvir e respeitar as experiências do outro. As coisas nem sempre têm igual significado para ambos os elementos da relação.
Se pretendemos uma identidade do “nós”, então o “nós” deve ser o resultado de um ajustamento. Há que estar atento ao outro sem deixar de estar atentos a nós próprios, perceber o que podemos construir em conjunto, onde devemos ou podemos ceder, o que queremos pedir e o que conseguimos dar. Ceder sem sofrer, pedir sem exigir, pode ajudar a encontrar o equilíbrio. Ajustar hábitos, rotinas, relações sociais, familiares, profissionais, estabelecer funções, responsabilidades, compromissos, aprender novas formas de enfrentar problemas e de os resolver, novas formas de comunicar e de saber ouvir.
Viver a dois é viver com cumplicidade, intimidade, paixão, sexualidade, compromisso, cooperação. Trata-se de uma fusão de experiências, vivências, estórias, valores pessoais e culturais que ao serem partilhados e respeitados podem equilibrar a balança da relação. Nesta balança deve de existir cedências de ambas as partes para que um dos pratos não tenda a pesar mais do que o outro, desequilibrando a relação. Não devemos medir aquilo que damos em função daquilo que o outro dá, devemos apostar em dar aquilo que sentimos que nos pode fazer feliz na relação.
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