“Se me dessem aquela oportunidade no trabalho, isso sim seria magnífico!”, “Agora depois do Natal é que já me estou a imaginar magro(a) como sempre quis!”. Já dizia António Gedeão, no seu poema da Pedra Filosofal, que o sonho comanda a vida. Todos nós vamos sentindo, em algum momento, que nos perdemos no tempo a pensar em sonhos ou em objetivos longínquos para a nossa vida. Contudo, por vezes, vamo-nos apercebendo que passaram cinco ou dez anos, continuamos a sonhar, mas não passam de sonhos, porque os mesmos parece que tardam em chegar ou não são mesmo concretizados. Já pensou porque será que isto acontece? Experimente pensar se esse sonho que tem não passa de um sonho ou se quer fazer alguma coisa com ele e se pode torná-lo num ou mais objetivos concretizáveis. Afinal o que é preciso para atingirmos um sonho? Esperar que ele aconteça ou fazer alguma coisa para que o mesmo possa acontecer mais facilmente? As expectativas que temos em relação ao que sonhamos podem mover-nos ou bloquear-nos. E isto faz-nos automaticamente pensar sobre a tendência que, muitas vezes, temos para adiar a realização de um sonho. “Isto é muito difícil, nunca iria conseguir!”. São pensamentos negativos como este que nos fazem desistir e consequentemente entregarmo-nos a outras tarefas que nos dão mais prazer e apenas continuarmos a sonhar. Diria que procrastinamos, portanto. Posto isto, temos duas escolhas possíveis a fazer: adiar uma vez mais ou começar de vez. “E como é que eu faço isso?” está neste momento a perguntar-se, ao que eu respondo “Comece por perceber se é realmente isso que quer para a sua vida e, se sim, arranje formas alternativas de pensar que o deixem mais motivado e não que o façam parar, por exemplo o facto de ser difícil não significa que seja impossível. Pense que o sonho é o objetivo final e que há uma série de objetivos pelo meio que pode definir e ir concretizando e que o deixarão cada vez mais perto do sonho! É mais fácil estar motivado para pequenos objetivos do que para um grande objetivo”.
Como pode também já se ter apercebido, o poder da imaginação é muito forte, porque, provavelmente, quando imagina esse sonho, sente-se radiante. Mas parece que não basta imaginarmos! A visualização de um sonho é, de facto, o primeiro passo, mas se se senta todos os dias a imaginar como seria se atingisse esse sonho, pode não ser o suficiente para o concretizar. Sabia que o seu cérebro percebe se está predisposto a mobilizar recursos para atingir um objetivo? Por exemplo, se está sentado no sofá a comer um pacote de bolachas de chocolate e a imaginar o quanto gostaria de ser magro, não adianta pensar que amanhã não vai comer mais, porque o cérebro percebe que o seu comportamento está a contradizer o seu pensamento. Ou seja, é diferente estar a imaginar-se magro e esbelto, do que estar a imaginar-se e a definir como pode adquirir hábitos de vida saudável para que consiga emagrecer. Deste modo, interessa visualizar o sonho, mas como um guia para a ação. E isto, claro, se na primeira pergunta que lhe fiz respondeu que sim, que queria fazer algo com esse sonho e torná-lo num objetivo concretizável. Por conseguinte, perguntas como O que posso fazer hoje para ficar mais perto de atingir o meu objetivo podem ajudá-lo a traçar um caminho mais definido para a realização de um sonho. A visualização irá, assim, orientar a ação para atingir o objetivo. Por último, se escolheu levar este sonho para a frente, se está a tentar pensar de uma forma mais adequada e não negativa, e se está a visualizar as coisas que pode fazer para atingir o sonho, então resta-lhe definir prazos. Para cada paragem de objetivos que estabeleceu neste caminho com destino ao sonho, passe da imaginação ao papel, escreva o objetivo, o que precisa para o atingir e defina um prazo para o conseguir. Só isto aumenta substancialmente a motivação para a ação!
Repare então como ao falarmos em sonhos, falámos em objetivos, definir, visualizar, ação e concretizar. Parece que é isto que poderá fazer se quiser tornar os seus sonhos reais e dar finalmente um rumo à sua vida! E se mesmo assim ainda lhe parece muito difícil e se sente desmotivado, não tem que ficar sozinho. Peça ajuda a um profissional que possa dar-lhe a mão nesta viagem!
Este artigo foi publicado na Revista Chocolate em Janeiro, 2017
Tome as rédeas à sua vida!
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