A relação acabou. E agora?
Aprenda a redireccionar a sua energia vital
Existem mil e um artigos que falam de teorias de superação, das fases de luto e a compreensão destes assuntos até o podem ajudar cognitivamente mas não garantem que as suas emoções, associadas à situação, evaporem bem rápido.
Também não vou falar-lhe de como evaporar emoções, porque ambos sabemos que após um rompimento amoroso há que viver a tristeza, a raiva e outros sentimentos como a frustração e a impotência. Não há outra forma de superar, só sentindo mas caminhando.
No entanto, no meio deste sentir poderá aprender a redireccionar a sua energia vital com o objetivo de aprender algo sobre si mesmo.
A pessoa entra numa espiral de sofrimento porque não está lúcida da aprendizagem a retirar deste relacionamento, porque foca a sua energia por demasiado tempo no que considera que o outro lhe fez de mal, um ruminar sem fim que tem o efeito contrário ao que pretende, invés de o libertar, aprisiona-o ainda mais.
Procurar os aspectos que julgamos ser negativos ajuda-nos a cortar ilusoriamente com a dor, só isso. Não acrescenta nada à sua evolução e amadurecimento.
(Há sempre duas versões da mesma história, não adianta querer ter razão, procure seguir em frente com uma mala de aprendizagens).
A minha proposta é: sente-se calmamente, procure relaxar e comece por fazer umalista das suas queixas sobre o seu ex-parceiro, exemplo ele não me dava atenção e preferia ir ao futebol com os amigos, ele chegava tarde a casa todos os dias, ele criticava-me mais do que me valorizava, ele dizia mal dos meus amigos, não me deixava cultivar o meu espaço individual, controlava-me exageradamente, era ciumento, etc…
Depois, com a sua lista mergulhe da camada superficial para a subtil, ou seja, convido-o a viajar do que vê como incorrecto no outro para o que este denuncia sobre si. Esta é a sua lista de cura.
Exemplo 1:
Superficial: Ela fazia-me sentir de mãos e pés atados ou Ele tinha um controle exagerado sobre mim
Denuncia: perda de liberdade, dinâmica denominador-dominado
Subtil: Eu sentia-me dependente emocionalmente e por isso sem espaço para ser.
Tome conta:
Em vez de querer que o outro mude o comportamento para que se sinta melhor, trate de cuidar da sua dependência emocional, colocando os seus limites.
O outro pode tratar da sua insegurança e melhorar a sua auto confiança.
Exemplo 2:
Superficial: Ele fazia-me sentir desvalorizada e criticada frequentemente
Denuncia: desigualdade, dinâmica vitima-agressor
Subtil: Eu tenho dificuldade em me retirar de situações abusivas
Tome conta:
Cuide daquela sua parte mais pequenina que ainda tem medo de se auto-afirmar.
Ele pode aprender a recolocar-se nas relações em pé de igualdade. Pode ser que a sua auto-estima necessite de ser trabalhada, a desvalorização que sente de si mesmo é projetada em si.
Exemplo 3:
Superficial: Ela fazia-me não me sentir vista, respeitada, nas minhas fragilidades
Denuncia: perda de amor próprio
Subtil: Eu deposito que o outro me ame porque tenho um vazio emocional profundo, parece que nada me chega.
Tome conta:
Resgate o seu amor próprio, é desse amor que precisa, o outro será um extra não uma compensação.
Como afirma a Psicóloga Maria Gorjão “as nossas queixas são as nossas perdas que projetamos no outro como um espelho”.
Ao redireccionar a sua energia vital para si através da aprendizagem poderá ganhar: rapidez na sua regeneração emocional, libertar-se de pensamentos tóxicos e recuperar partes si.
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