Como se sentiria se estivesse com níveis de ansiedade elevadíssimos e alguém lhe disser: relaxe! Ou se estiver em profunda tristeza e quando desabafa com alguém, lhe respondem para deixar que isso que passa…
Não melhora, pois não? Nesta fase de epidemia, em que estamos confinados a estar em casa, os nossos hábitos estão alterados, os níveis de ansiedade e stress estão acima do esperado em termos generalizados, seja porque motivo for, o distanciamento social e o confinamento em casa pode estreitar ou minar as relações que nos são mais próximas.
O facto de estarmos em casa sempre com os mesmos, sem grande possibilidade de sair para espairecer, sem perspetivar encontrar outras pessoas para arejar, pode criar níveis de irritabilidade e de stress relacional altíssimos. E neste período, em que o apoio emocional é de extrema importância, quer uma ajuda para melhorar as relações e não as deteriorar?
Um estudo recente dos EUA, Penn State, estudaram como o processo de conforto falha. Chegaram a algumas conclusões, como o facto de desvalorizar, diminuir o que a pessoa está a sentir não a conforta de todo, mesmo que a intenção seja de tentar aliviar e minimizar o impacto dessa emoção negativa. Uma das recomendações é não dizer à pessoa como se deve sentir, pois a pessoa pode sentir que não está a valorizar os seus sentimentos, e pode até sentir-se criticada, levando-a a desencorajar que se abra consigo, e provocando ainda mais sentimentos negativos, de culpa, irritação ou raiva. Quando devolve alguma mensagem, as frases que não devem diminuir a importância do que está a sentir, mas validar o que a pessoa está a passar naquele momento, referir como compreende, que sentir-se assim faz sentido, é muito importante.
Para reduzir a angústia emocional, as mensagens que passa devem ser altamente centradas na pessoa que está angustiada. Felizmente, a nossa literacia emocional tem vindo a crescer, e já não fugimos das emoções a sete pés. Porque elas fazem parte de nós. Por isso, Imagine se fosse consigo, se estivesse naquela posição, como gostaria que o confortassem? Pondo grinaldas de flores e enterrando a cabeça na areia fazendo de conta que não existe problema? Ou estando lá um pouco, apertando a mão às emoções? Não só estreita relações, como nos permite sentirmo-nos mais à vontade para expor o que estamos a sentir também.
Se tem dificuldade em expressar, e ou sente que não está a ser compreendido/a da forma que precisa, e a angústia está demasiado grande para suportar sozinho/a, estamos cá para validar e trabalhar consigo de forma a devolver o seu bem-estar e equilíbrio emocional.
Kellie St.Cyr Brisini, Denise Haunani Solomon, Xi Tian. (2020). How the Comforting Process Fails: Psychological Reactance to Support Messages. Journal of Communication, 70 (1): 13 DOI: 10.1093/joc/jqz040
Divagar para criar
Como em todas as tendências, o alvo nestes dias parece estar [...]
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Foi de grande valia, em meio ao período que estamos vivenviando. Sabemos cada dia mais de casas de ansiedade aumentando e as pessoas precisam de ajuda .