Aqui vai encontrar uma possível explicação para a dificuldade que tem em mudar.
1. Aposto que tem recebido uma inundação de mensagens que utilizam palavras como:
mudança, bem-estar, crescimento pessoal, hábitos
E, algumas vezes, acompanhadas de uma mensagem bem apetecível:
mude para o melhor de si
alcance o seu bem-estar
sou facilitador do seu crescimento pessoal
mude hábitos, mude de vida
2. Agora, com o entusiasmo ao rubro e com a crença de que “É hoje que vou mudar” compra o cocktail mágico que pode variar entre:
- faça A+B+C e vai conquistar D
- todos os dias esforce-se por mudar um aspecto pequeno da sua vida, vai ver o grande impacto da mudança que começará a nascer dentro de si
- se a tristeza está a tingir os seus dias, está nas suas mãos pintar com uma nova palete de cores através deste pacote de 10 sessões sobre como colorir a vida com emoções positivas
3. Ao fim de poucas semanas, altíssima probabilidade de continuar a ter os mesmos comportamentos e hábitos.
Começa um novo ciclo de frustração, de acreditar que lhe falta força de vontade, que afinal é diferente das outras pessoas e que não consegue perceber como alcançar maior bem-estar!
Bem-vindo ao mundo isto de ter pessoas a quererem mudar-me comportamentos e hábitos, sem nunca terem estudado a função das emoções dá m****
ou numa versão mais moderna
#nãomequeirammudarsenãosabemoqueestãoafazer
#saúdeeemoçõesandamdebraçodado
#seestásaflitoprocuraumpsicólogo
4. Chegou a hora de ir falar com quem sabe mais sobre mudança comportamental (a.k.a. psicoterapeuta)
Porquê um psicoterapeuta, se o que quer é mudar comportamentos ou sentir-se melhor?
Simples, e vou-lhe explicar de que forma as emoções são tão importantes na mudança do comportamento, da mesma forma que o faço com os meus clientes em consulta
“nós não fazemos ou sentimos de determinada maneira o mundo porque somos tontos, fazemo-lo porque foi a melhor forma que encontrámos para sobrevivermos desde pequeninos até aos dias de hoje…”.
Do que estamos então a falar quando falamos de um comportamento aprendido que responde a uma emoção (ou várias)? Veja esta infografia onde encontrará um comportamento de baixa energia associado a um ciclo depressivo.
Se quer ajuda, fale comigo
Como viu a mudança não se presta a facilitismos e é preciso perceber a complexidade para saber que uma mudança eficaz e rápida implica que se perceba o que se está a fazer. Existem pelo menos três tipos de vivências emocionais, neste processo total:
emoções primárias adaptativas, emoções primária desadaptativas e emoções secundárias
Grande parte disto acontece fora da sua consciência. Por exemplo, aquele esquema principal de vergonha/medo desadaptativos do lado direito da imagem que é activado, evoca uma visão de si depressiva (como fraco/ou insuficiente) que por sua vez foi formada através de aprendizagens feitas ao longo da sua vida.
Ao mesmo tempo, os pensamentos e memórias que surgem associados são tendencialmente sobre acontecimentos precoces na sua vida e não tanto sobre a situação que despoletou o ciclo.
Para modificar esta situação, de forma duradoura, é importante reformular este processo emocional desadaptativo, transformando as crenças sobre si e sabendo que pode ter emoções e comportamentos que lhe são mais úteis e adaptativos.
Dado que o seu comportamento é resultado de uma vivência emocional, que responde às suas necessidades, enquanto não sentir uma emoção diferente não será capaz de agir de forma diferente.
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