Nos dias de hoje estamos habituados a criticarmo-nos constantemente. De certa forma, é-nos transmitido que devemos ser exigentes connosco próprios, pensarmos nas nossas ações para não nos envergonharmos e, acima de tudo, obter resultados.
Por isso, podemos dizer que a autocrítica é o caminho favorito para o sucesso. Raramente pensamos em mostrar alguma amabilidade para connosco, pois se o fizermos, preocupa-nos que seja egoísta ou arrogante. Contudo, vários estudos têm vindo a demonstrar que a autocrítica pode conduzir-nos a uma baixa autoestima, à ansiedade e à depressão.
Então, como podemos cultivar uma melhor autoestima? Já ouviu falar de autocompaixão? A autocompaixão é a capacidade de tratar-se a si mesmo com a mesma gentileza, preocupação e apoio que teria com alguém querido. Quando vemos alguém de quem gostamos a confrontar-se com momentos difíceis na vida ou a enfrentar determinados desafios pessoais, falhas e inadequações, respondemos com amabilidade e não com julgamento severo, reconhecendo que a imperfeição faz parte de toda a experiência humana, o que se traduz na autocompaixão. Por outras palavras, para ter compaixão por si mesmo é necessário reconhecer e aceitar as várias experiências, mesmo aquelas que são dolorosas, ao invés de as ignorar ou exagerar os seus efeitos.
Como aumentar a autocompaixão?
A autocompaixão pode ser desenvolvida através de uma variedade de exercícios, bem como através da psicoterapia. Experimente olhar para a sua autocrítica como uma crítica dirigida a um amigo. Se as palavras são muito duras para alguém que lhe é querido, então provavelmente também o são para si. De uma forma geral, tendemos a aceitar melhor as falhas dos outros do que as nossas próprias. Por isso, quando reconstruímos as críticas e aprendemos a aceitar as imperfeições existentes, estamos a aumentar a autocompaixão.
Exercício proposto: Escreva uma carta a si mesmo, como se estivesse a falar para um amigo seu, todos os dias durante uma semana. Escrever sobre as imperfeições pessoais ajuda-nos a aumentar a consciência sobre elas e, quando combinadas com mudanças na forma como nos autocriticamos, estamos a desenvolver a autocompaixão.
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Manter uma rotina de auto-cuidado também pode ser benéfico, pois cuidar das suas necessidades pessoais pode aumentar a sua capacidade de cuidar e apoiar os outros. Quando o bem-estar pessoal diminui, muitas vezes os sentimentos negativos são direcionados para si próprio, o que também pode tornar mais difícil sentir compaixão pelos outros.
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