A pergunta “O que queres ser quando fores grande?” certamente já foi feita e respondida por quase todos nós, em alguma situação na nossa vida. A maior parte das crianças irá responder a esta pergunta com algo fantasioso (treinador de dragões) ou com a profissão dos pais, por exemplo. Independentemente da resposta, há um brilho nos olhos delas, característico de crianças que sentem que todos os seus sonhos podem tornar-se realidade, porque de facto têm todo o potencial e possibilidades para os concretizar. Confesso, que considero isso uma qualidade, uma que devemos inclusive cultivar, para que nunca deixem de sonhar alto.
Não obstante, à medida que vão crescendo, serão confrontadas com escolhas, como o curso que querem seguir no secundário ou na faculdade e é nesses momentos, que a resposta àquela pergunta, já não é tão certa, nem tão segura e fará surgir dúvidas em relação ao futuro, que parece mais incerto. Este fenómeno, que se vai tornando cada vez mais comum, traz consigo sentimentos de frustração, tristeza e ansiedade, aparecendo, inclusive, ligado a perturbações de saúde mental, nomeadamente a depressão.
Estes resultados são menos surpreendentes quando temos em conta a pressão que se impõe aos jovens para: ter boas notas, média alta, entrar no que é percecionado como um “bom curso”, numa faculdade de prestígio ou ter um emprego onde se ganha um salário alto. Essa pressão aumenta geralmente com a idade e, por conseguinte, aumenta o peso das decisões a tomar, especialmente na faculdade, pois se um estudante “errar” na escolha de curso e decidir mudar, isto é interpretado como a “perda” de um ano, o que contrasta, curiosamente, com a melhoria dos resultados, satisfação e motivação que se verifica nos casos de pessoas que trocam para algo que preferem.
No centro desta questão, estão os serviços de orientação vocacional, que procuram proporcionar à criança, adolescente ou jovem adulto, uma ideia mais clara das diversas opções das quais dispõem, auxiliando nas importantes escolhas para o futuro, procurando reduzir o sofrimento associado às mesmas. Estas intervenções têm de resto, sido comprovadamente eficazes na facilitação da escolha de carreira e melhores resultados de carreira.
O futuro passa por olhar para as crianças, cada vez mais enquanto futuros cidadãos e não apenas enquanto alunos, porque alunos apenas o vão ser durante um par de anos, cidadãos sê-lo-ão para a vida e são elas quem irá moldar o futuro da sociedade.
O que deixa o seu filho ser, quando for grande?
Qual foi o interesse que este artigo teve para si?
Muito valioso
Creio que a escola ensina muito para tirar notas e relativamente pouco para ser um cidadão ativo, participativo, crítico, comunicativo, e feliz.
Talvez seja necessário um novo paradigma na forma de ensinar e aprender para se formarem cidadãos que não sejam apenas peças de uma engrenagem consumista, mas que se saibam integrar numa vida com mais sentido
Regresso às aulas: longe da vista, perto do coração
A chegada de setembro indica o começo das aulas, do estudo, [...]