Entre muitas coisas, a relação entre duas pessoas serve de palco de crescimento e aprendizagem.
É através do que sente na relação que se vai conhecendo a si mesmo.
A relação funciona como um espelho, uma vez que podemos projetar no outro os nossos medos e necessidades.
O outro dá-lhe a conhecer quais são as suas fragilidades, ativando o seu lado “sombra” (lado menos bom, menos aceitável aos olhos dos outros), cabe a si entender que a responsabilidade de harmonizar esses aspetos é muito sua.
Imagine que sente frequentemente que não é vista “eu falo e até já falo alto mas ele não muda a sua atitude, não me vê“, ora o seu parceiro está a denunciar o que lhe está em falta.
Ao depositar no outro a responsabilidade de o amar sob a forma que concebe e ao querer que mude para se sentir bem, é sinal de emergiu de si uma necessidade emocional não amadurecida, tal, denuncia que é urgente resgatar uma parte sua, perdida há muito tempo: o seu amor próprio, a sua auto confiança.
Quando a pessoa se ama não sente necessidade de conflitos e lutas de poder, está tranquila.
Deixo-lhe alguns exemplos:
# “Eu amo-te mais e tu amas-me menos” – O amor pode ser medido? Eu diria que o AMOR é sentido. Mediante a nossa disponibilidade e flexibilidade para o receber.
# “Eu amo-te porque sofro” – Eu diria quem ama sofre menos. Quem ama aceita, cuida, não transgride, não agride, sobretudo nos momentos mais difíceis. Quem ama aprende, quem ama abre espaço para o outro caber com o seu mundo.
# “Eu confio em ti mas não sabes estar em partilha” – Confiar não é saber tudo sobre o outro – Eu diria que é não precisar saber!
A confiança não necessita de justificações e explicações por palavras, a confiança é ler a sinceridade no olhar do outro, na reafirmação diária dessa ligação para que o outro acredite que está para cuidar e ficar, confiar é sintonizar os nossos pensamentos para um dia-a-dia positivo, sem exigências, sem culpabilizações.
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