Uma equipe da Universidade da Califórnia, em Berkeley, dedica-se a estudar a ciência de uma “vida significativa”. Usando a metodologia científica como forma de investigação, eles se procuram entender o que há por trás das pessoas felizes e compassivas, com fortes laços sociais e comportamentos altruístas.
Em 2016, eles entrevistaram 350 pesquisadores da área e revisaram os estudos dos últimos 15 anos que se dedicaram ao estudo de uma “vida significativa” e elegeram os 10 tópicos mais importantes desta nova ciência.
Numa série de posts que nominarei de “10 estudos científicos sobre uma vida significativa”, descreverei as provas cientificas de que viver com qualidade nos torna mais felizes e saudáveis.
Fique hoje com o número 2!
Ter autocompaixão não faz de você fraco ou egoísta
A autocompaixão pode parecer improdutiva para algumas pessoas; elas temem que sem uma autocrítica rigorosa possam se tornar pessoas permissivas e falhas. Entretanto, estudos recentes sugerem exatamente o contrário: que a prática de se ver com compaixão e compreensão (o que chamamos de autocompaixão) leva a um padrão moral mais elevado.
As pesquisas mostram que as pessoas mais compassivas consigo mesmas têm uma autoestima mais saudável, sentindo-se menos ameaçadas ao considerar suas próprias falhas. Isso permite que elas admitam que fizeram algo errado e desculpem-se com mais facilidade. A compaixão também pode promover o crescimento e o autoaperfeiçoamento.
Um estudo selecionou os participantes que mostraram comportamento egoísta em uma tarefa experimental inicial e depois dividiu-os aleatoriamente em 2 grupos: em um grupo havia uma prática de escrita de autocompaixão e no outro grupo (controle) escreveu sobre um hobby. Posteriormente a essas tarefas, os participantes avaliaram o grau de egoísmo que tinham manifestado na tarefa inicial. Aqueles que participaram do grupo que foi induzido a sentir a autocompaixão avaliaram seu comportamento egoísta mais severamente do que aqueles no grupo de controle, sugerindo, assim, uma vontade de assumir a responsabilidade moral por suas ações.
Em outro estudo, os pesquisadores pediram que os participantes escrevessem sobre acontecimentos de sua vida que lhes provocavam arrependimento, mas escrevessem por uma perspectiva autocompassiva, enfatizando suas qualidades positivas. Outro grupo foi orientado a apenas escrever sobre os acontecimentos, sem efetuar nenhuma crítica. Quando questionados depois, aqueles do grupo de autocompaixão relataram estar mais motivados a melhorar seu comportamento no futuro do que as pessoas do outro grupo.
Uma das importantes conclusões nos estudos da autocompaixão é que a aceitação de um erro ou mau comportamento (e não o perdão) faz com que as pessoas abracem o arrependimento e, assim, possam descobrir novos caminhos para seu desenvolvimento pessoal.
E você? Pode tentar analisar algum comportamento do qual se arrependa e avalia-lo no presente, de forma compassiva? Será que hoje você faria melhor diante daquela situação? Se sim, o que poderia ser? A pessoa que você é hoje tem maiores recursos emocionais para lidar com aquela situação? Que lições tirou daquilo? Isso te fez uma pessoa melhor ou pior?
Pense, reflita e, se quiser, compartilhe conosco suas experiências.
Grande abraço
Júnea Chiari
Médica Psiquiatra da Oficina de Psicologia Brasil
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