A raiva é uma emoção poderosa com um impacto significativo na nossa saúde. Já pensou que esta emoção poderá estar fortemente relacionada com a Perturbação de Ansiedade Generalizada (PAG)?
É sobre isto que nos fala um estudo levado a cabo na Concordia University, e que aprofundou a importância desta emoção neste quadro clínico.
A PAG é caraterizada pela preocupação excessiva com temas quotidianos, e que interfere com bom funcionamento e bem-estar daqueles que se preocupam, e que estão sempre em antecipação de um desastre eminente.
Neste estudo, com uma amostra de 131 sujeitos diagnosticados com PAG, verificou-se que maiores níveis de raiva, nas suas várias dimensões ( hostilidade, agressão física e verbal, raiva internalizada), estavam associados a maiores níveis de preocupação e ansiedade. No caso da raiva internalizada e a da hostilidade, estas chegariam mesmo a contribuir para o aumento da severidade dos sintomas da PAG.
De acordo com os investigadores, uma hipótese explicativa para esta relação será que perante uma situação ambígua,pessoas que se preocupam muito tendem a assumir o pior cenário possível, ou seja a catastrofizar a situação e a aplicar-lhe um filtro negativo, focando-se apenas nos estímulos negativos. Existe também evidência de que estes erros cognitivos surgem em indivíduos que se zangam facilmente. Ou seja, a raiva e a preocupação poderão ser duas manifestações dos mesmos enviesamentos cognitivos.
Embora seja necessária mais investigação sobre o papel da raiva na PAG, este estudo alerta-nos a nós, psicólogos, para a necessidade de ter em conta o papel desta emoção na intervenção psicoterapêutica neste quadro clínico, uma vez que pode contribuir para a manutenção e exacerbação dos sintomas. E quanto a si? Da próxima vez que a preocupação o deixar “ a ferver”, arranje estratégias para que não “lhe salte a tampa”. Se não conseguir, cá estaremos para o ajudar.
Rita Torres
Fonte:
Deschênes & Dugas (2012). The Role of Anger in Generalized Anxiety Disorder. Cognitive Behaviour Therapy, 41, 261-271.
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