Ansiedade de desempenho nos estudantes: como reconhecer?
A ansiedade de desempenho é caracterizada por medo acentuado e persistente de situações nas quais o estudante sente que está a ser avaliado. Os sintomas físicos e cognitivos da ansiedade são tão desagradáveis, que sente intenso sofrimento antes, durante e até depois das situações temidas. A tendência para avaliar as situações de avaliação como ameaçadoras, influencia os seus pensamentos, acreditando que não tem capacidades cognitivas suficientes, que por sua vez, afeta o seu autoconceito e autoestima. Antecipa que vai fracassar e sobrestima a probabilidade de ocorrência de acontecimentos negativos.
Para além disso, esta ansiedade está de forma negativa associada a dificuldades em focalizar a atenção, evitamento da tarefa, técnicas incorretas de estudo, chegando a influenciar significativamente o desempenho nas atividades. Ou seja, o medo e ansiedade sentidos podem prejudicar a preparação dos alunos e comprometer a sua performance, mesmo quando possuem os conhecimentos necessários para a sua realização eficaz.
O aumento de frequência de avaliações e a importância que o sistema educativo coloca nestes métodos de avaliação, associado à interferência significativa que a ansiedade excessiva tem na vida da criança ou adolescente a curto e a longo prazo, justificam uma intervenção precoce. Neste sentido, fique atento aos seguintes sinais de alerta:
- O aluno demonstra com frequência medo de situações em que o seu desempenho está a ser avaliado (exemplos: participar na aula, ir ao quadro, fichas diárias, testes, apresentações orais).
- Manifesta sinais de ansiedade nas situações temidas (por ex., rubor facial, mãos frias e húmidas, tremores, voz tremida, transpiração).
- Em momentos de maior dificuldade e ansiedade, hesita na resposta, pois tem medo de falhar.
- É frequente verbalizar “não vou conseguir”, “não sou capaz”, “não sei”.
- Demonstra angústia e preocupação nas vésperas de situações de desempenho importantes (testes, apresentações de trabalhos).
- Bloqueia nas interações verbais com o professor.
- Queixa-se de ter “brancas” frequentes durante os testes em matéria que estudou bem.
- Tem notas inferiores às suas expectativas e às suas capacidades cognitivas.
- Os professores referem que participação espontânea em sala de aula é rara.
- O desconforto, ansiedade e preocupação sentida em relação às situações temidas é tão intenso que prejudica o aluno.
A psicologia, e concretamente a terapia cognitivo-comportamental, é uma solução eficaz que ajudará o estudante a compreender o que é a ansiedade e as suas manifestações, a identificar formas negativas e irrealistas de pensar, aprender estratégias para controlar a sintomatologia, diminuindo o desconforto físico e mental.
Raquel Carvalho
Psicóloga Clínica
Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia
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