Maria é uma jovem de 28 anos que lida diariamente com a ansiedade generalizada. Sente-se constantemente tensa, preocupada e incapaz de relaxar, mesmo em situações do dia a dia. Quando a Maria tem uma reunião de trabalho, experimenta uma intensa sensação de apreensão, acompanhada por pensamentos negativos de que algo terrível pode acontecer. Esta ansiedade constante afeta diversos aspectos de vida, como a sua capacidade de concentração nas tarefas quotidianas, o sono e até as interações sociais. Maria tem consciência de que as suas preocupações são desproporcionais e exageradas, mas não consegue evitar sentir-se desta forma.
Conhece alguém que esteja a passar pelo mesmo que a Maria? A este conjunto de sintomas, chamamos de Ansiedade Generalizada. Como amigo, familiar ou companheiro pode ser um verdadeiro desafio saber o que fazer para conseguir ajudar e apoiar quem apresenta estes sintomas. Neste artigo, vamos abordar cinco estratégias que poderá aplicar na convivência com alguém que sofre de ansiedade generalizada.
1. A primeira etapa consiste em compreender a natureza da ansiedade generalizada. Procure informações acerca do impacto que esta pode ter no comportamento, no humor e os sintomas mais comuns na ansiedade, tais como preocupação excessiva, tensão muscular e dificuldade em relaxar. Ao adquirir um conhecimento mais profundo sobre o que é a ansiedade, será mais fácil compreender a experiência do outro e estar disponível para dar o apoio necessário de maneira mais eficaz.
2. A segunda estratégia está relacionada com oferecer um ombro amigo nos momentos de desespero. Escute atentamente, sem fazer juízos de valor, aquilo que o outro quer partilhar consigo. A ansiedade pode fazer com que nos sintamos sozinhos e isolados do mundo. Saber que temos alguém que está presente para nos ouvir, pode ser reconfortante e seguro para partilhar as dificuldades sentidas. Para isso, crie um clima de tranquilidade e divertido, de forma a aliviar o peso das preocupações constantes, mantendo-se fiel a si mesmo. Assim, não fica com a sensação de estar em esforço por “ler” os sinais da outra pessoa.
3. A terceira estratégia está relacionada com o contrapor argumentos realistas e expectativas possíveis e positivas para as situações negras que a pessoa que acompanha lhe expõe, sem tentar forçar a mudança de opinião. Mostre, apenas, que existem outras alternativas para encarar essa mesma situação. Sempre que possível, lembre-a(o) de exemplos passados que conheça, em que a expectativa também era negativa, mas o resultado foi positivo.
4. A quarta estratégia está relacionada com o apoio na identificação dos gatilhos que desencadeiam a ansiedade. Estes gatilhos podem incluir dúvidas relativas ao futuro. Ajude-a(o) a voltar ao momento presente: é aqui e agora que se situam as certezas, é aqui e agora que se discute o bem-estar. Oriente-a(o) para este momento, este local, chamando-lhe a atenção para aquilo que podem ver, ouvir e sentir nesse ponto preciso do tempo e espaço. O futuro, a seu devido tempo, tornar-se-á presente….
5. A última estratégia, mas não menos importante, é incentivar a pessoa a procurar ajuda por parte de um profissional de saúde. Um psicólogo irá ajudar a identificar as causas e fatores da ansiedade, e proporcionar um acompanhamento personalizado e eficaz na regulação da ansiedade.
Sabemos que lidar com alguém que sofre de ansiedade generalizada pode ser um desafio, mas com as estratégias certas, pode ajudar a sentir-se mais confortável e seguro para gerir a ansiedade no dia-a-dia.
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Referências:
Hamilton, S. (2016). Helping Others to Keep Hope, Take Action, and Gain Control of Generalized Anxiety Disorder.
“How to Help Someone With Anxiety: Tips to Help You Support a Loved One with Anxiety” da Verywell Mind https://www.verywellmind.com/how-to-help-someone-with-anxiety-5089005
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