É incrível como muito do nosso mal-estar é relativo a situações que já passaram. Mal-estar que perdura, porque ficamos encravados nesta atualização permanente da situação, dos intervenientes, dos discursos, das posturas… e lá estamos nós a rebobinar a cassete mental vezes sem conta, esperando que um dia a fita se gaste e não nos permita aceder ao filme… esperando que chegue o dia em que “vai passar”, quando na realidade tudo já passou!
Todos nós já vivemos momentos em que nos faltou vontade, interesse ou nem sequer tivemos prazer nas atividades que habitualmente nos animam… todos nós já vivemos momentos em que nos sentimos mais cansados, pesados ou dominados por pensamentos negativos e derrotistas (Bem-vindo ao mundo dos seres humanos). Mas agora imagine que ficava preso nesta cassete mental? Rebobinando tristeza, cansaço, culpa, crítica, desânimo… indefinidamente?
Como pode a atenção plena mudar esta cassete e oferecer esperança?
A prática da atenção plena ajuda-o a relacionar-se de forma diferente com os seus pensamentos, emoções e reações. A prática da atenção plena ajuda-o a observar e cultivar curiosidade pelo que surge momento a momento, ao mesmo tempo que o vai libertando do que (afinal) já passou.
E se a tristeza surgir: reconhecê-la (e deixá-la ser) consente a proximidade, confiança e intimidade que precisa para que esta se transforme e dê lugar a outra emoção diferente! Convidamo-lo, então, a ficar curioso sobre si, sobre o aqui e o agora, sobre a sua vida momento a momento, ao invés de evitar sentir, censurar ou querer mudar o que está a acontecer no presente – porque afinal é esta atitude da mente que alimenta o ciclo ruminativo e o humor deprimido, dos quais pretende fugir.
A mente vagueia (como sempre fez e sempre fará) mas pode ter um papel ativo no seu foco atencional e aprender a trazê-la gentilmente ao preciso-e-precioso instante que está a viver, para que mente e corpo estejam finalmente alinhados no que estão a experienciar.
A mente vagueia (como sempre fez e fará) mas pode aprender a observar aquilo que pensa e aquilo que sente com a objetividade de alguém que apenas testemunha, sem qualquer interesse ou julgamento.
A mente vagueia (como sempre fez e fará) mas pode pressionar o pause nesta cassete mental e observar como a mesma rebobina reiteradamente ou até como é capaz de aumentar o “volume da intensidade” a cada repetição.
A mente vagueia (como sempre fez e fará) mas pode travar o piloto automático para o abismo e experienciar emoções capazes de lhe devolver a força e a vontade.
Estar mais presente também lhe possibilita mais oportunidades, mais experiências, mais conhecimento e, por isso, mais flexibilidade e discernimento na forma como vive e faz escolhas.
Mindfulness no local de trabalho: um contrato sem termo com o momento presente
Ainda que muitas empresas possam ter as suas dúvidas relativamente à [...]
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