A inteligência emocional é a capacidade de considerar, entender e regular as nossas próprias emoções, assim como considerar, entender e influenciar as emoções dos outros. Muitos de nós consideramos que somos ótimos nesta área, pois facilmente pensamos em situações calmas do quotidiano nas quais conseguimos identificare entender as nossas emoções. Porém, convido a pensar na última emergência que teve, no último conflito com alguém querido, no último problema no trabalho, será que você realmente conseguiu entender o que estava a sentir? Será que conseguiu regular as suas emoções da forma mais eficaz? Ou será que foi reativo e não sentiu que esteve no seu melhor? Isto foi algo pontual ou parece ir acontecendo de forma regular?
Uma dificuldade comum para muitos jovens – tal como para adultos – é a impulsividade e desregulação emocional. Podemos usar a analogia de uma panela de pressão: quando a temperatura aumenta também aumenta a pressão, portanto, para não corrermos o risco da panela explodir, temos de regular a temperatura, para a pressão descer. As pessoas também têm de resfriar, manter-se reguladas ou libertar de forma construtiva as suas emoções, conforme a fase de resolução dos problemas em que se encontram.
É aqui que entra o conceito de mindfulness – a prática de estar plenamente presente no momento atual, sem julgamentos, de maneira totalmente consciente e intencional. Esta consciência plena pode referir-se tanto às nossas experiências internas (pensamentos, sentimentos, emoções, sensações corporais) como ao ambiente ao nosso redor. No fundo, para fomentar esta formação de inteligência, deve utilizar o tempo livre para contribuir para momentos de abrandamento e reflexão com as suas crianças, com o objetivo de conseguirem estar mais conscientes do que pensam e sentem relativamente às experiências que vivem, pois irá contribuir para que sejam menos reativas e mais reflexivas.
Assim, sugiro que todos os momentos de atividades, brincadeiras e diversão, sejam intercalados com instantes de verdadeiro relaxamento e pausas genuinamente reparadoras. A título de exemplo, se o seu lugar preferido for estar na praia ao pôr do sol a comer um gelado, então quando foi a última vez que fez uso de todos os seus sentidos para desfrutar dessa experiência? Quer fosse olhar para as cores que o Sol deixa no horizonte, a sensação das mãos nos grãos de areia, o cheiro da água salgada, o som das ondas a rebentar suavemente ou até o sabor do seu gelado preferido enquanto presenciava esse momento.
Termino por lhe perguntar, qual é o “lugar feliz” dos seus filhos? E quando foi a última vez que realmente aproveitou realmente com eles uma pausa? Faça a si mesmo o favor de usufruir dessas pequenas oportunidades e incentivar os mais novos a fazerem o mesmo. Será tão simples como inspirar pelo nariz e expirar pela boca, de forma natural, consciente e focada na própria respiração. Guarde um momento do dia, para si e para eles, onde realmente não estejam a “fazer”, mas sim a estar, plenamente.
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