Já reparou na forma como fala consigo próprio? Será que a forma como falamos connosco influencia as perceções que temos sobre nós próprios? Pensamentos como: “sou um azarado. Não importa o quanto eu tente, nada irá dar certo para mim” ou “sou inútil, ninguém gosta de mim” podem ser frequentes. Poderão, realmente, influenciar a nossa perceção da realidade e o nosso bem-estar?
Muitas vezes, tendemos a ser o nosso próprio crítico mais implacável. A nossa voz interna fica repleta de autocríticas que alimentam a insegurança, a dúvida e a preocupação. Ela amplifica os sentimentos de medo, insegurança e desamparo, tornando-nos mais propensos a experienciar ansiedade. Estes sentimentos podem afetar a capacidade de lidar com desafios, tomar decisões e estabelecer relacionamentos saudáveis. É importante ressaltar que o discurso interno crítico não é uma representação precisa da realidade. É uma perceção distorcida e exagerada, refletindo os nossos medos e inseguranças internos. As palavras têm um poder intrínseco de construir ou destruir, de elevar ou diminuir, de inspirar ou desmotivar. E o mesmo se aplica ao nosso diálogo interno. As palavras que usamos nos nossos pensamentos podem moldar a visão de nós mesmos, dos outros e do mundo ao nosso redor.
Como seria se conseguíssemos transformar este diálogo interno tão crítico? Transformar o diálogo interno crítico num diálogo encorajador e gentil é fundamental para promover o bem-estar emocional. Ao substituir o crítico implacável, pela voz compreensiva, podemos encontrar o apoio em nós mesmos e incentivar-nos a lidar com os desafios mais facilmente, a superar obstáculos e, além disso, a aprender com os erros. O diálogo interno gentil permite-nos reconhecer as nossas conquistas, valorizar as nossas capacidades e reconhecer o nosso valor.
Então, como podemos fazer esta transformação? Naturalmente, requer prática e consciencialização. Estas são três estratégias que o poderão ajudar neste desafio:
- Em primeiro lugar, temos de estar atentos à forma como pensamos e dialogamos connosco. Observe como e quando surgem os pensamentos críticos acerca de si e tente fazer um registo diário.
- Em seguida, tente desafiar os pensamentos. Observe-os e tente encontrar evidências, que possam refutá-los. Ao realizar esta análise poderá adquirir uma perspetiva mais precisa das suas preocupações e críticas internas. Irá reconhecer padrões de pensamentos automáticos e promover uma resposta mais adaptativa e menos angustiantes da situação.
- Por fim, a última estratégia é a autocompaixão: Trate-se com bondade e compreensão, assim como trataria um amigo querido. Reconheça as imperfeições e os erros como partes normais do ciclo da vida.
Lembre-se de que tem o poder de escolher as palavras que diz a si mesmo. Escolha palavras encorajadoras e compreensivas, e observe o impacto no seu bem-estar emocional.
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Referências:
Kross, E., Bruehlman-Senecal, E., Park, J., Burson, A., Dougherty, A., Shablack, H., … & Ayduk, O. (2014). Self-talk as a regulatory mechanism: how you do it matters. Journal of personality and social psychology, 106(2), 304.
Shapira, L. B., & Mongrain, M. (2010). The benefits of self-compassion and optimism exercises for individuals vulnerable to depression. The Journal of Positive Psychology, 5(5), 377-389.
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Post relevante e interessante.
É mesmo o que preciso. Sofro muito de ansiedade e de depressão…😔