Espiral depressiva – como saímos daqui?
Existe ainda uma resistência expressiva na forma como se olha para a relação entre a mente e o corpo. Prova disso é a facilidade com que validamos uma queixa física, e nos tornamos incompreensivos perante uma queixa psicológica. Esta incompreensão surge comumente associada à ideia do “quão difícil é explicar aquilo que ninguém consegue ver”, principalmente se falarmos de estados emocionais como a tristeza, a desmotivação ou a angústia.
Embora os sentimentos de tristeza e vazio sejam os mais relatados em estados depressivos, existe um conjunto de alterações associadas, nomeadamente a perda de capacidade de experimentar prazer em atividades habituais, perda de energia, dificuldades de concentração, irritabilidade, diminuição do nível de motivação e vitalidade, pensamentos negativos, baixa autoestima, perturbações a nível do sono (insónia ou hipersónia), diminuição da líbido e da função sexual, entre outras.
A falta de validação e/ou apoio perante a manifestação de alguns destes sintomas, leva a que muitas pessoas se isolem e escondam aquilo que realmente sentem. O problema está nas consequências dessa omissão, resultando frequentemente na intensificação da experiência desses sintomas e na conversão de uma espiral viciosa.
Como saímos daqui?
A experiência de estados depressivos é acompanhada, a nível neurológico, pela hiperativação do hemisfério cerebral direito e pela hipoativação do hemisfério cerebral esquerdo. Se por um lado, o hemisfério esquerdo está associado à expressão de emoções favoráveis e à distinção entre emoções e pensamentos, o hemisfério direito, está associado à expressão de emoções desfavoráveis, respostas de evitamento e de passividade.
Uma estratégia capaz de reverter este ciclo, compreende a ativação de um circuito motivacional de esforço-recompensa, que cruza um delineamento de tarefas e objetivos realistas e realizáveis. A sua concretização bem-sucedida, irá, consequentemente, desencadear uma intensificação da atividade do córtex pré-frontal esquerdo, resultando num aumento da experiência de emoções agradáveis, sensação de controlo e autoestima e a possibilidade de repetição do comportamento.
Esta será uma das estratégias que iremos abordar e pôr em prática no grupo terapêutico “Depressividade e Desmotivação”, que terá início no dia 6 de maio. Se ficou curioso/a, venha participar! Mais informação em: https://oficinadepsicologia.com/psicoterapia-para-todos-os-bolsos/
Qual foi o interesse que este artigo teve para si?
Ainda não existem avaliações. Seja o(a) primeiro(a) a escrever uma.
Permite-se sentir?
Espiral depressiva - como saímos daqui? Existe ainda uma resistência expressiva na forma como [...]